sexta-feira, 24 de julho de 2009

40 MILHÕES POR DIA!



É evidente que, da minha parte, não se pode esperar que eu seja um apologista da forma de fazer política de José Sócrates e a prova disso têm sido as minhas constantes críticas no que respeita à sua actuação. É mais do que evidente de que existem pessoas que têm uma habilidade muito especial para comandar um governo e outras que parece terem nascido sem o menor jeito de levar por diante essa função e, para além disso, não serem capazes de mostrar aos cidadãos que se esforçam por serem participantes naquilo que pode merecer a aprovação de uma maioria.
No caso especial do nosso País e sem fazer referência ao mal que se alastrou por todo o mundo, o que maior possibilidade oferece de efectuar comparações de uns países para os outros, aquilo que tem sido assinalável na sua compostura é a mínima capacidade do chefe do Executivo nacional de falar claro, de dizer as verdades, por muito duras que elas sejam, o prometer o que não pode cumprir, fazer sempre referências ao passado, em lugar de encaminhar os olhares dos portugueses para o futuro, usar uma linguagem e umas posturas que, podendo ser rectificadas – e para isso existem profissionais habilitados que podem prestar ajudas -, para sê-lo necessitam que os alunos sejam humildes e reconheçam que precisam de mudar e não dar ares de que sabe tudo e que os outros andam sempre enganados.
Enfim, isto já é conhecido de todos nós e, por muito que José Sócrates faça agora esforços para tentar mostrar o contrário, já não consegue convencer a maioria dos próximos votantes. É, pelo menos, a minha convicção, mesmo que muito preocupado esteja em relação aos resultados das eleições legislativas que vão ocorrer. É que a confusão política ameaça e, nas circunstâncias de crise em que se vive, não será fácil encontrar políticos que ponham os interesses de Portugal acima das conveniências partidárias e até pessoais.
Mas, ao termos de apurar as culpas – coisa de que, no nosso País, toda a gente foge em assumir -, é evidente que o principal responsável pela situação a que se chegar tem de ser Sócrates, porque não foi capaz de antever que, depois da maioria absoluta que ele não soube gerir por forma a ajudar os cidadãos a repetir um panorama que não obrigasse a desorientar o eleitorado, o que teimou em seguir foi uma política de desencanto, ajudado nisso pelo conjunto da maioria dos seus ministros que parece também terem sido escolhidos a dedo para formarem um “ballet” de mal comportados.
A notícia que nos chega agora de que o défice do Estado, segundo o ministro das Finanças – que não escondeu as palavras de que” Portugal bateu no fundo” – atingiu os mais de 40 milhões de euros por dia, devido sobretudo ao aumento das despesas, principalmente nos programas de apoio ao emprego e investimento, da Segurança Social, sem contrapartida de aumento de receitas, essa situação deve chegar para todos nós enfrentarmos seriamente a situação e imaginar o que o novo Executivo, o que sair das eleições à vista, terá de fazer. E não vai ser, seguramente, coisa agradável de suportar.
Por isso, quando assisto a exigências de algumas camadas da população, por certo com enormes dificuldades de vida, esperando que seja o Estado a resolver todos os problemas – e isso também porque falar hoje de milhares de milhões de euros é coisa banal, sobretudo quando o Governo se referia a obra públicas largamente anunciadas e agora postas a aguardar melhor oportunidade -, quando esses pedidos são tornados públicos só posso entender que a população nacional ainda não se deu conta da situação extremamente difícil em que vive o nosso País.
Divulgar esta verdade é ser pessimista ou, pelo contrário, trata-se de uma viso realista que os cidadãos devem conhecer?
Já nem, me atrevo a dar respostas como sendo certas. Eu vivo no mundo das dúvidas e preciso de saber sempre o que os outros também pensam.

Sem comentários: