quarta-feira, 1 de julho de 2009

ELEIÇÕES




Estão marcadas as datas das duas eleições que faltam para que o nosso País, no meio da crise que tem colocado o mundo em prantos e que, sem poder ser excepção, a nós nos tem atacado ferozmente, especialmente no capítulo do desemprego que, acima de todas as outras aflições, é o pior mal que pode chegar a uma Nação como a nossa que, por sinal, não tem razões para se gabar de, ao longo de toda a sua História, por mais brilhante em feitos que tenha sido – e foi -, nunca teve razões para se considerar como pertencendo ao número das mais favorecidas pela sorte em termos de fartura de meios, essas eleições, repito, poderão ser uma forma de darmos uma volta por cima quanto ao panorama que se apresenta no futuro imediato. Ou não!...
Sem entrar em lamúrias, a verdade é que nos vai calhar ter de escolher, em 27 de Setembro e em 11 de Outubro, primeiro o grupo parlamentar que poderá encontrar a forma de Governo que vai ocupar as funções de tentativa de conseguir ultrapassar a tremenda situação económica, financeira e social que enfrentamos e, na segunda chamada, terem os cidadãos de colocar a sua cruz nos respectivos quadrados que indicam os vencedores das autárquicas. Ambas têm a sua importância específica.
Foi esta a conclusão a que se chegou quando foram ouvidos os responsáveis respectivos para definir se deveria proceder-se ou a um escrutínio no mesmo dia das duas escolhas nas urnas ou se, como vai suceder, se terão os cidadãos que se deslocar, em dois dias diferentes, para exercer o seu direito de voto.
Se esta foi a melhor opção, não vale já a pena opinar. Ambas as formas têm as suas vantagens e os seus inconvenientes e, como é bem conhecida a definição, a Democracia é a menos má das políticas.
Mas que estão os portugueses perante um verdadeiro dilema, lá isso estão. Que existem razões de queixa no que se refere à actuação do Governo de Sócrates, parece isto ser uma verdade que transborda das bocas dos portugueses que não se encontram vinculados a um determinado partido. Mas que, por outro lado, não haverá certezas absolutas, por parte do mesmo tipo de votantes chamados a mostrar a sua opinião e isso no que respeita à escolha de outra força política que se apresente disposta a formar Governo, também aí não está fácil a alternativa.
Seja como for, até esta altura ainda não surgiram propostas de nenhuma espécie, no que respeita ao que os grupos políticos opositores que se perfilam para serem os escolhidos, de forma a que convençam, se falarem verdade – o que poucas vezes acontece nestas circunstâncias -, para que os portugueses tomem a decisão final. Ainda é cedo, dirão alguns, mas, face ao que se tem passado e não se vendo para amanhã o fim da tal crise que não foi possível ultrapassar, e perante um estilo socratiano que foi seguido ao longo de quatro anos de legislatura e de maioria absoluta, é natural que seja necessário que as forças das oposições precisem de repetir argumentos e de apresentar convencimentos bem formulados para conseguir que os cidadãos tomem a sua decisão a tempo e horas.
Já no que diz respeito ao Partido Socialista, o facto de não ir evidentemente suceder aquilo que talvez constituísse uma forma de mudar o pensamento de muitos votantes tradicionais desse grupo - refiro-me à possibilidade de José Sócrates ceder, desde já, o lugar a outro membro do seu agrupamento --, as dúvidas que se levantam não são pequenas. E, a esta distância, atrevo-me a afirmar que não acredito que, mesmo que os socialistas apresentassem agora o seu “mea culpa” pela forma autoritária como foi conduzido o poder, nem assim uma maioria absoluta poderá ter hipóteses de ser conseguida. Logo, o que resta, para além do PS poder perder o Governo, é surgir uma maioria relativa, o que obrigue aos entendimentos entre partidos, o qual, tendo em vista experiências anteriores, pode fazer correr o risco de ficarmos a viver num País ingovernável.
Tudo depende, em grande parte, da forma como José Sócrates se apresentar ao eleitorado. Convencer os portugueses que, na verdade, está completamente arrependido do estilo utilizado e de que já compreendeu que ouvir as opiniões dos outros é uma obrigação de quem tem a responsabilidade de conduzir um País, pois a razão não está sempre do nosso lado, adoptar essa mudança não será fácil para o próprio e para fazer acreditar os pouco crentes.
Até chegarem os dias das decisões nacionais ainda terei tempo para ir debitando neste blogue as opiniões que for formando. Estarei atento aos acontecimentos e também eu próprio procurarei ir formando uma base de credibilidade que seja suficiente para exercer o meu direito.

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