sábado, 27 de junho de 2009

RONALDINHO



Vou ser curto e grosso. Não é necessário alongar-me demasiado no texto a seguir para dar expressão ao que me vai na alma no que se refere a uma notícia que anda a encher os jornais e que, se me coubesse ainda a mim dirigir um órgão de Informação, evitaria que se ocupasse demasiado espaço com tal assunto.
Cá vai então o que pretendo tratar, mesmo de raspão, no meu desabafo de hoje: trata-se do escandaloso dinheiro que Cristiano Ronaldo ganha e, mais do que isso, sobretudo como ele o gasta.
Cada pessoa tem todo o direito de progredir na vida e de se fazer pagar o melhor que conseguir. Desde que sejam utilizados os meios rigorosamente legais, que os seus méritos sejam a razão base para justificar aquilo com que o mercado entende dever contribuir, se até pode proporcionar que outros usufruam simultaneamente da sua participação na sociedade, cobrando também a sua parte, numa palavra, se um indivíduo, através da raridade e da qualidade da sua actuação, é considerado como uma peça pouco igualável na sociedade humana, é evidente que tudo isso lhe proporciona a vantagem de elevar o mais que é possível a fasquia da sua notoriedade.
Isso é uma coisa, agora, que a Imprensa, não se contendo em resguardar o que não é notícia que valha a pena ser divulgada com tanto espavento, como seja a forma como o futebolista gasta a sua vasta riqueza, dando mostras de enorme desperdício, de um esbanjamento imoral e de afronta aos que se arrastam por aí à mingua de emprego e, por isso, com meios mínimos de sobrevivência, tal atitude é que me condói e me obriga a pensar que a actividade jornalística, se não tem hoje regras, já as teve tempos atrás. Mas tudo muda nesta vida!
Deixo uma palavra a Cristiano Ronaldo, mesmo que ele a não leia, como é mais do que certo! Claro que o próprio não tem culpa daquilo que divulgam acerca dele e do caminho que percorre. Poderia ser um pouco mais discreto no capítulo das casas que compra e que aluga e nos carros que estão ao seu dispo e que constantemente troca por outros. Lá isso podia. Mas há que não perder de vista que o rapaz teve uma infância pouco abundante de meios, quer de fundos quer de outra ordem, e isso explica muita coisa Também, toda aquela gente, da família e não só, que o rodeia, poderia ser mais cautelosa no capítulo do exibicionismo e retrair-se mais, não dando oportunidade que os “paparazzi” e outros se regalassem com os pontos fracos que conseguem obter para publicar nos órgãos que lhos compram.
Mas, seja como for, o jogador tão disputado pelo interesse mediático, não é o culpado maior do que ocorre. Até pode ser que ele veja o seu ego ser transportado a alturas que nunca imaginou que subissem a esse ponto e se sinta, por isso, como o melhor do mundo e considerando que os outros têm obrigação de o venerar.
Mas seria bom que algum amigo o protegesse. É que nunca se sabe qual será o dia de amanhã e já não é o primeiro jogador de futebol que conseguiu gozar de prazeres exagerados enquanto foi novo, mas que, quando chegou à idade de ser posto de lado, aí, por não ter sabido gerir com prudência os enormes dinheiros ganhos, encontrou-se, de repente, numa penúria onde, nessa altura, os seus antigos amigos desapareceram todos!...

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