domingo, 24 de maio de 2009

JUVENTUDE DE HOJE

Numa altura destas, em que as perspectivas em relação ao futuro que nos espera, a nós como cidadãos do mundo, que enfrentamos as maiores dificuldades económicas e sociais que não poderiam ser esperadas uns tempos atrás, e que, em Portugal, por ser um País pobre e ainda longe dos avanços que já chegaram a muitas nações mesmo europeias, já atingiram proporções que estão a ser sentidas com enorme preocupação, neste momento preciso não será descabido dedicarmos a maior atenção ao que se passa com a juventude nacional que anda por aí e, de uma forma geral, não tomou ainda consciência do que a espera num futuro que não será muito longínquo.
É vulgar ver uma rapaziada estudantil que, nas horas de vaga nas escolas, se reúne em cafés perto das instalações liceais e aí dá mostras da uma irreverência e de um comportamento que, pelo menos para as pessoas que rondam agora idades entre os 60 e 70 anos, não poderão ser as mais aconselhadas, sobretudo se, de memória, efectuarem a comparação com o que ocorria nas suas épocas de infância.
Pois, com um vestuário despreocupado e que, pelos vistos, nem todos os estabelecimentos de ensino criam estatutos para que eles e elas se apresentem com limpeza e minimamente composto, especialmente no que diz respeito aos agora tão usuais decotes femininos exagerados, o que, de facto, não é o mais importante, o que se nota de seguida é o uso e abuso do tabaco, abrindo consecutivamente os maços de cigarros que é preciso ter dinheiro para suportar tamanho gasto. E, para além das despesas que fazem nesses estabelecimentos de bolos e de cafés e refrigerantes, a linguagem que usam e que fazem gala em utilizar aos gritos, de forma a que todos os clientes oiçam com clareza as asneiras que pronunciam, essa demonstração de falta de instrução escolar e de mau acompanhamento educacional por parte dos parentes caseiros provoca a quem os escuta, mesmo sem querer, uma repulsa e uma justificada preocupação no que diz respeito à confiança que é preciso depositar nos chamados homens de amanhã.
Há que fazer alguma coisa em relação a esta juventude que vive num mundo que não entendeu ainda como se encontra. Sem criar falta de confiança e um espírito de excessivo pessimismo, porque essa posição também não será a mais aconselhável a quem tem o futuro para gerir, o que terá verdadeira utilidade é dar a conhecer a essa rapaziada, que hoje anda pelos 14/16 anos, que o excesso de facilidades para gastos que podem ser evitados – como o tabaco e as bebidas que os pais suportam – talvez dentro de algum tempo não possam continuar a ser pagos, ou porque o desemprego atingiu a sua família mais próxima ou até porque a própria vida de todos os dias não permite que “caia” assim o dinheiro do “céu”, coisa que, no tempo dos antigos, não sucedia e nem por isso essa escassez causou revolta ou fez com que os homens saídos dessas fornadas tivessem tido maus comportamentos provocados pelas circunstâncias vividas em tal período.
Já, num blogue atrás, me referi à conveniência indiscutível de serem introduzidas nas aulas do primeiro ciclo uma classe de aprendizagem prática da Democracia, porque isso, sim, constitui uma necessidade que a juventude já hoje necessita e que será da maior utilidade para orientar o comportamento de todos os cidadãos que precisam de saber conviver e, sobretudo, ter capacidade para ouvir primeiro e contestar depois. E até, no que respeita aos palavrões que tanto saem das suas bocas, essa prática se perderá com o estudo e a prática das actuações democráticas.
Se não se verificar preocupação em instruir hoje os homens de amanhã, para que o mundo seja capaz de enfrentar as dificuldades que não desaparecerão assim tão depressa, ainda na nossa vivência, então comecemos já a preocupar-nos com o que acontecerá aos nossos descendentes. Os que cá ficam é que sofrerão.






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