segunda-feira, 18 de maio de 2009

EUROPA UNIDA



Eu fui um dos entusiastas pela Europa una, desde que comecei a tomar consciência das vantagens e da importância deste Continente funcionar a uma voz colectiva, no capítulo dos interesses que beneficiam todos em geral, reunindo num só bloco todas as diversidades que não se justifica que funcionem em contra-ponto uns com os outros.
E a partir do momento em que foi determinada a utilização da moeda única – que parecia, antes, ser uma das dificuldades mais longínquas de ultrapassar -, maior empenho pelo alargamento da área comunitária cresceu no meu pensamento. Mesmo levando em conta que, ainda hoje, existem alguns poucos países que se mantêm de fora dessa decisão importante de arredar da união a variedade de moedas, o que não se pode admitir que ainda se mantenha, até nesse particular há que manter a confiança de que, a breve trecho, se convencerão os extraviados de que a sua conduta os coloca distantes do espírito de conjunto que não pode deixar de existir, se a intenção é a de participar no objectivo principal.
Mas, há que reconhecê-lo, não tem sido tarefa fácil abranger todos os participantes na ideia fundamental de que uma Europa a caminhar toda para o mesmo lado, é a única forma de se atingirem os propósitos para que foi imaginada desde a primeira hora. Os homens, sempre eles, não sendo capazes de perder esse seu princípio egoísta de protagonismo de lideranças, têm sido os causadores da lentidão e, até por vezes, retrocessos em fazer caminhar na boa direcção todos de uma só vez, pelo que ainda se encontra por firmar por todos os participantes o Tratado de Lisboa, seja olhado com alguma desconfiança o tema dos direitos humanos e a política externa europeia não siga um tratamento uniforme por todos os participantes, isso entre outras questões que se vão prolongando a aguardar que alguns acabem por desistir de pormenores.
Enquanto não se generalizar a ideia de que a Europa somos todos nós, europeus, e não cada um a defender as suas ideias nacionalistas, enquanto a Constituição Europeia não for aceite com a vontade de unir e não de dividir, enquanto a aplicação da justiça não tiver equivalência em todos os participantes e os programas governamentais de cada nação não assentarem basicamente nos princípios da unidade europeísta, ainda que atendendo às particularidades de cada caso, enquanto se mantiverem sejam quais forem os intentos divisionistas no seio da Europa da comunhão, então estaremos distantes do ideal que é existir uma força capaz de fazer frente a todos os tipos de crises que possam surgir do exterior. E, na situação que se vive actualmente, melhor do que nunca se tem de compreender esta realidade.
Que é fundamental manterem-se as características de cada povo, os seus fundamentos históricos, as suas tradições, as suas línguas, os seus hábitos e costumes, isso é uma realidade que não pode ser afastada. Mas o que não deve é constituir um obstáculo a que se unam as forças no sentido de se poder beneficiar das vantagens que representa o darem as mãos todos ao mesmo tempo e de se protegerem uns aos outros.
Será que podemos manter esperanças de que objectivo final será conseguido? Podemos confiar que os homens europeus terão a capacidade de caminhar no sentido certo?
A ser positiva a resposta, não será já amanhã que a obteremos. E até à decisão final ainda se depararão muitas contrariedades e bastantes retrocessos.

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