quinta-feira, 9 de abril de 2009

PORTAGENS




Já não é a primeira vez que surge a ideia, oriunda de um membro do Governo, de que será necessário introduzir da portagem à entrada das grandes cidades portuguesas, por forma a reduzir o trânsito que entra nos principais centros urbanos. O ministro do Ambiente, Nunes Correia, fez recentemente a defesa dessa tese, dando como exemplo o que ocorre em Londres, garantindo que essa medida tem sido um sucesso.
E essa medida foi reforçada na altura da assinatura de protocolos, em que se envolveram a Galp Energia, a Carris e o próprio Executivo, que respeitam o desincentivo do uso individual do automóvel por forma a reduzir o consumo de gasolina com viaturas que podem transportar mil quilos e que circulam com apenas 50 ou pouco mais, foram palavras do ministro.
É bom verificar que há membros do Governo que apontam exemplos colhidos fora do País, como este que se refere à capital inglesa. A pena é que não sejam outros casos a serem observados pelos nossos governantes, no sentido de aproveitar as situações que deram provas de eficiência, já que, no caso nacional, a imaginação não se tem mostrado muito pródiga e, especialmente no que diz respeito a Lisboa, continuamos na mesma como há tempos passados, para não dizer que, nalgumas situações, até recuámos. Um exemplo bem nítido e que, no meu caso, tenho referido repetidamente, é a ausência de flores nos locais mais à vista da capital, como sejam o Rossio, os Restauradores, o Terreiro do Paço e junto a todos os monumentos que recordam a História e que merecem um tratamento especial e cuidado.
Agora, essa de fazer pagar portagem todas as viaturas que entrem em Lisboa, quando se sabe que, uma grande parte dos que trabalham na capital residem nos arredores, porque foi fomentada essa opção, não só pelos valores mais baixos de compra de casas como também por, no caso dos alugueres, terem desaparecido do mercado essas opções que, em tempos idos, eram os que os casais novos escolhiam, tal medida que nesta altura alguns, poucos, sustentam, não parece ser a mais indicada e as razões são tão evidentes que nem vale a pena apresentar o rol de inconvenientes.
Que as cabeças pensantes do nosso País se dediquem a encontrar soluções que tenham pernas para andar isso é o desejável. Agora, que gastem as suas cabecinhas em ideias que não resolvem os problemas de fundo, para além de que proibir, seja o que for, é a maneira mais fácil de mostrar que se é actuante, tal actuação é que se espera daqueles que aceitaram ocupar lugares de governação e a quem se exige que sejam eficientes.
Nesta caminhada que percorremos agora a caminho do período de eleições, por valer a pena levantar os problemas para que os cidadãos usem as suas cabeças a pensar na escolha que devem fazer, é que é preciso alertar em consciência e, mesmo para as oposições, no sentido de que vão sendo mostrados textos deste índole que, como é evidente, só servem para tentar afastar as abstenções, que essas, não contribuem para designar a escolha que é preciso encontrar.

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