domingo, 19 de abril de 2009

PARLAMENTO EUROPEU



O PSD resolveu indigitar o cabeça de lista do seu grupo que vai representar o partido no Parlamento Europeu. Vai ser Paulo Rangel, o político que, até este momento, tem sido a figura social-democrata que, na Assembleia da República, tem o encargo de fazer frente ao Governo e, em especial, ao primeiro ministro, nos confrontos parlamentares que ali têm lugar. E como, de uma forma geral, tem desempenhado esse papel com desenvoltura, já houve quem viesse alertar Manuel Ferreira Leite para uma decisão que não beneficia em muito o agrupamento social-democrata. Mas isso é lá com eles.
Agora, a pergunta a fazer, e esta, sim, tem a ver com a generalidade de Portugal, é se os cidadãos das nossa Terra estão, de facto, muito interessados em saber quem são os representantes partidários que se vão instalar em Bruxelas para, no meios de 600 de todos os países da Comunidade, darem a cara pelos problemas que nos interessam discutir. A resposta respectiva que a dêem os responsáveis pelos Partidos nacionais, se é que, de uma verdadeiramente aceitável, são capazes de esclarecer a nossa população.
Aquilo que não passa assim tão despercebido ao comum dos mortais da nossa Terra é o nível de mordomias que são atribuídas a cada representante dos diversos países que tomam acento naquele Parlamento, entre um elevado salário e todas as regalias, de viagens e estadia, que lhes compete, o que representa um período de pelo menos quatro anos que tira a “barriga de misérias” a qualquer pessoa escolhida (ou eleita) para o lugar em questão.
Assim, o desempenho das funções de parlamentar europeu não constitui nenhum trabalho que represente um sacrifício ou até uma responsabilidade de grande monta (da maioria dos que lá têm feito vida nem se conhece a súmula da sua actividade, nem se o nosso País tem beneficiado com a sua actuação), mas antes uma espécie de prémio que os agrupamentos políticos concedem a uns tantos privilegiados dos seus membros, motivo pelo qual se trata de um lugar que é geralmente muito disputado no seio de cada partido.
E é isto que a actividade política propicia, em muitas situações, aos que entendem que dedicar-se a tal profissão constitui um caminho que presta garantias de ir progredindo ao longo das suas carreiras. São necessárias certas características para abraçar esse caminho e nem vale a pena aqui enumerá-las, sendo também necessário deixar claro que nem todos os que escolhem tal via podem ser catalogados de oportunistas. Porque há e tem havido excepções. Mas todos os portugueses não têm dúvidas de que, quem alinha por esse tipo de vida, sobretudo se tiver oportunidade de, alguma vez, ter enfileirado num grupo da governação, de que, ao deixar o lugar assumido, fica descansado para o resto da sua existência. Um lugarão numa empresa pública é o que lhe está destinado. E uma reforma daquelas que fazem morder as unhas de inveja, também não falta a esses felizardos.
Pois é. Este é o País que temos!...

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