terça-feira, 17 de março de 2009

OPINIÕES


Ao ter tomado conhecimento de que um cantor português, independentemente do valor que lhe encontram os seus intransigente fãs, ao ter apresentado um espectáculo no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, com cerca de dezasseis mil espectadores, no final da sua actuação esteve a dar autógrafos até às seis horas da manhã, pois a fila de admiradores era quilométrica, ao inteirar-me que existem portugueses que, precisamente nesta altura da nossa vida, têm a capacidade para se submeterem ao prazer que sentirão de se chegar ao pé do ídolo para o ver de perto e receber uma assinatura num papel, tenho de concluir que, de facto, existem factores que condicionam o comportamento das gentes e que, pondo todas as dificuldades de parte, considerando-as, julgo eu, de somenos importância, são capazes de atribuir como a coisa mais importante nessa altura que é o entregarem-se com paixão a um ser que, para eles, tem de ser a coisa mais bela do mundo.
E, como a notícia que assinala esse acontecimento refere que, entre a multidão, se encontravam figuras conhecidas pelo seu estatuto de saliência no ambiente nacional, tais como o médico José Maria Tallon, a produtora Teresa Guilherme, o cantor Pedro Abrunhosa e a jornalista Maria Elisa, entre outros, perante este leque de personalidades que entregaram o seu tempo a conviver com um “feito” desta monta, não posso, honestamente, deixar de considerar que a minha admiração não tem razão de ser. Que sou eu que ando enganado cá neste mundo.
Quer dizer, esta sessão de autógrafos de Tony Carreira – pois que é ela a figura em referência -, que ocorreu na véspera da manifestação de cerca de 200 mil sindicalistas que ocupou Lisboa, teve também o mérito de, uns na rua e outros subordinados ao espaço facultado pelo número limitado de lugares na casa de espectáculos onde se realizou o concerto, juntar a multidão respectiva para gritar por uma causa. No fundo, são tudo pessoas que, cada qual com a sua dedicação, se deslocam para participar num feito que consideram digno de ser distinguido.
Não vou, claro, dar a minha opinião, absolutamente pessoal, quanto às qualidades que encontro ou não no cantor Tony Carreira. Cada um aprecia o que entende ser da sua preferência. E isso não se pode discutir.
Eu, neste meu singelo blogue, limito-me a dar mostras da minha surpresa ao tomar conhecimento de que as populações, quando têm ocasião para se reunir em redor de um motivo que lhes agrada ou que lhes convém (há de tudo), não perdem ocasião para se manifestar em grupo. É como o reclamar com parceiros em redor, mas ficar caladinho quando não tem mais ninguém que o acompanhe, isso é que é mais difícil.
O Homem tem destas coisas!...

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