segunda-feira, 16 de março de 2009

JUNTAS DE FREGUESIA



Há tanta coisa que falta fazer neste País e nem todas requerem investimentos custosos que estão, nesta altura, fora das nossas possibilidade, que nos perguntamos, nós os que pomos a funcionar a nossa cabeça e não a usamos apenas para nos pentearmos, que somos levados a pensar naquilo que talvez fizéssemos se estivéssemos no lugar daqueles senhores do Poder, que, usando a expressão bem portuguesa, até nos mete raiva que os governos sucessivos que, desde 1974, ocuparam o lugar cimeiro, incluindo este que se encontra em preparação para lá ficar mais uma temporada, não tivessem dado mostras de caminhar por áreas que estão mesmo a pedir que se lhes preste atenção.
Uma das actuações que merece ser focada, quanto mais não seja neste blogue, que tem pretensões em acertar em cheio nas questões que mais afectam os naturais desta Pátria, é a utilização que deveria ser dada às Juntas de Freguesia espalhadas por esse País fora (e que são, precisamente, 4.295) e que, no capítulo dos movimentos eleitorais, recebem a menor importância dos partidos políticos. E é ou não é verdade que são precisamente essas pequenas repartições que contactam mais directamente com os cidadãos, conhecendo-os um a um – pelo menos devem fazê-lo – e sabendo em pormenor a sua forma de viver e as dificuldades ou as abastanças que gozam ao longo da sua existência?
Pois, um presidente de Junta competente não tem de se resguardar atrás da sua secretária e, pelo contrário, tem obrigação de visitar os moradores nas suas residências, de oferecer o seu auxílio naquilo que estiver dentro das suas atribuições e, para além disso, obter informações de viva voz quanto à forma de vida de cada família. É essa a maneira de dar mostras da sua existência e, acima de tudo, da sua utilidade.
Quando isso não se verifica, até por serem algumas freguesias demasiado extensas, pelo menos a presença da Junta deve dar-se a conhecer através de contactos escritos e ganha muito em proporcionar a visita dos moradores na área sempre e quando tenham algum problema a apresentar.
Infelizmente, é sabido, não são muitos presidentes de Junta de Freguesia que procedem desta forma e eu, por exemplo, que resido há mais de 40 anos em Campo de Ourique, pertencendo à Junta de Santo Condestável, nunca vi a cara do homem que se encontra (e nem sei se tem sido o mesmo desde o 25 de Abril) a presidir àquela repartição. E é uma pena, porque tenho a convicção que poderia ser de alguma utilidade em favor do bem-estar de bastantes moradores nesta área. Sobretudo com propostas ligadas à área cultural e no capítulo de criar um movimento que leve a Câmara Municipal a efectuar a experiência de não calcetar os passeios deste bairro, todo ele sempre a direito, sem subidas nem descidas, não com o empedrado à portuguesa mas com placas a imitar esses desenhos lisboetas, evitando, dessa forma, a má visão dos calceteiros de cócoras e a preços elevadíssimos com os salários e sobretudo com a demora nos trabalhos, para além dos buracos permanentes que existem pelo levantamento permanente de pedras que se soltam.
Mas não é isto que vem agora à colação, mas sim o contacto quase familiar do presidente das juntas com os residentes em cada área respectiva.
Claro que cá estou eu, mais uma vez, a pregar aos peixes. Mas pode ser que, lá para o século que vem, alguém se lembre que existiu um morador na rua Ferreira Borges, que não se resumia a escrever blogues.

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