segunda-feira, 30 de março de 2009

NOMES DAS RUAS


Uma forma que ainda temos em Portugal de prestar homenagem a cidadãos que se salientaram no bom sentido do resto da população, ainda é o de ser dado o seu nome a uma rua no local mais adequado para essa referência. E, verdade seja dita, há sempre algum motivo que justifica essa recordação feita através de uma placa na esquina da rua escolhida.
O que se verifica, porém, não é tanto isso, pois, com excepção talvez das terras da província, onde a população e os municípios vivem perto dos homenageados, ainda em vida ou já depois do seu desaparecimento do mundo dos vivos, no que se refere às cidades esse gesto já é menos frequente, não se sabe se por ausência de conhecimento da existência de habitantes nesses centros ou se por desinteresse em reconhecer figuras que merecem ou mereceram ser recordadas nas placas identificas das avenidas, ruas e até travessas. Então, nos bairros novos, é vulgar encontrarem-se locais identificativos das residências dos locatários com a designação de rua A ou rua B, e por aí fora, quando há tantas personalidades que justificam plenamente que, pelo papel que desempenham ou desempenharam, têm jus a que sejam recordadas, pelo menos através daquela indicação do nome do local público.
Lisboa, deveria dar o exemplo neste particular. Não sei se a preocupação em atribuir nomes a novos arruamentos ou a antigos que ainda são conhecidas por denominações sem sentido ou sem razão de ser pertence a alguma departamento especial ou mesmo seja uma atribuição dos vereadores. Seja como for, o que deveria existir era a possibilidade de os próprios munícipes se dirigirem à Câmara Municipal de Lisboa, não só com propostas relacionadas com este tema como com ideias de outras espécies, isso no sentido de terem oportunidade de mostrar a sua participação e de contribuirem para os serviços municipais com ajudas que podem ser preciosas.
Esta mania, que tem o seu cúmulo nos Governos que temos tido, antigos e mais modernos, de não dar a oportunidade aos cidadãos de fazer ouvir as suas vozes, mesmo sabendo-se que, em muitos casos, as opiniões que são expressas pelo povo em geral não têm condições para serem atendidas, mas, com esse costume de auto convencimento dos governantes os cidadãos vão-se desinteressando de contribuir para o bom caminho das governações, sejam elas quais forem.
A acção das Juntas de Freguesia, já aqui referida em blogue anterior, seria da maior importância para colocar os munícipes com a ideia de que as suas propostas seriam sempre bem acolhidas e seguidas na medida do possível.
Mas esta ideia de abrir os ouvidos e prestar a maior atenção ao que a população tem para alvitrar acerca de muitos assuntos em que as ideias oriundas dessas bases podem ter grande significado, tal forma de aceitar o comportamento democrático sem restrições é coisa que ainda se encontra muito distante da forma de actuar dos que têm o comando nas mãos, mas que não devem fechar os olhos e os ouvidos às opiniões dos que, em certos casos, sabem mais.

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