Debaixo de um chaparro
é bem bom pensar na vida
não tendo outra saída
se não fumar um cigarro
Alentejano de um raio
não é igual a ninguém
é sua forma também
de não olhar de soslaio
Se no Inverno faz frio
e o capote o protege
há sempre quem o inveje
e recuse o elogio
Recorrendo à anedota
julgando que o ofende
mas se é isso que pretende
faz papel de idiota
O Alentejo isso tem
muita paz, um bem-estar
pode-se tal procurar
noutro sítio, mas porém…
…por cá não se vê aonde
outras belezas existem
mas por mais que se registem
se as há bem se escondem
Sem pressas p’ra responder
lá vão saindo as sentenças
sem certezas e sem crenças
pois têm mais que fazer
Compadres há-os bem perto
sentados não há que ver
porque as horas de lazer
não se perdem e está certo
Boa gente, muito pura
as migas, o ensopado
têm o pão como fado
de fome passada e dura
Por tal, na Revolução
aderiram tão depressa
pois tinham bem na cabeça
o sofrido até então
Têm direito ao que for
porque são bons lá no fundo
e olhando para o mundo
não se vê quem pode opor
Alentejanos queridos
sempre que posso vou vê-los
não falam p’los cotovelos
nem são gentes de alaridos
Não sendo como formigas
não enchem o Alentejo
agrada-me quando os vejo
sem me mandar às urtigas
Agora que se fedeu
o 25 de Abril
estão vendo por funil
o que julgavam ser seu
Ilusões nem muitos têm
vida melhor quem lhes dera
porque aí estão os que vêm
comprar o que de outros era
São os outrora vizinhos
espanhóis, nossos irmãos
que apontam seus caminhos
à procura de outros chãos
Conformados já estão
os nossos alentejanos
pois outra Revolução
não trazem “nuestros hermanos”
é bem bom pensar na vida
não tendo outra saída
se não fumar um cigarro
Alentejano de um raio
não é igual a ninguém
é sua forma também
de não olhar de soslaio
Se no Inverno faz frio
e o capote o protege
há sempre quem o inveje
e recuse o elogio
Recorrendo à anedota
julgando que o ofende
mas se é isso que pretende
faz papel de idiota
O Alentejo isso tem
muita paz, um bem-estar
pode-se tal procurar
noutro sítio, mas porém…
…por cá não se vê aonde
outras belezas existem
mas por mais que se registem
se as há bem se escondem
Sem pressas p’ra responder
lá vão saindo as sentenças
sem certezas e sem crenças
pois têm mais que fazer
Compadres há-os bem perto
sentados não há que ver
porque as horas de lazer
não se perdem e está certo
Boa gente, muito pura
as migas, o ensopado
têm o pão como fado
de fome passada e dura
Por tal, na Revolução
aderiram tão depressa
pois tinham bem na cabeça
o sofrido até então
Têm direito ao que for
porque são bons lá no fundo
e olhando para o mundo
não se vê quem pode opor
Alentejanos queridos
sempre que posso vou vê-los
não falam p’los cotovelos
nem são gentes de alaridos
Não sendo como formigas
não enchem o Alentejo
agrada-me quando os vejo
sem me mandar às urtigas
Agora que se fedeu
o 25 de Abril
estão vendo por funil
o que julgavam ser seu
Ilusões nem muitos têm
vida melhor quem lhes dera
porque aí estão os que vêm
comprar o que de outros era
São os outrora vizinhos
espanhóis, nossos irmãos
que apontam seus caminhos
à procura de outros chãos
Conformados já estão
os nossos alentejanos
pois outra Revolução
não trazem “nuestros hermanos”
O chaparro seguirá
no mesmo sítio quieto
sua sombra que lá está
deu ao avô, hoje ao neto
no mesmo sítio quieto
sua sombra que lá está
deu ao avô, hoje ao neto
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