domingo, 25 de janeiro de 2009

AINDA A FREEPORT E OUTROS CASOS...




Conforme escrevi ontem, são vários os assuntos que estão a criar um sentimento ainda maior de preocupação aos portugueses, e alguns deles em particular, o que torna difícil inclui-los todos num só blogue e, por isso, dou continuação ao texto de ontem com o que sai agora a talho de foice.
Evidentemente que o caso Freeport, que envolve José Sócrates como primeira figura, é aquele que merece prioridade, e isso porque os problemas das chamadas “luvas” que, em Portugal, funcionam com grande frequência e a todos os níveis da vida administrativa nacional, fazem levantar as atenções dos cidadãos e quem ocupa lugares de decisão corre o risco de ser apontado como presumível envolvido em golpes de dinheiro. O último recurso é conseguir demonstrar sem hesitações que se tem as mãos limpas e o primeiro-ministro e antigo responsável pelo Ambiente não pode fugir a esta regra. Não se pode é queixar por isso, dado que não é possível ser-se vedeta, em qualquer situação, e não querer sujeitar-se até mesmo a calúnias e a ataques de adversários que pretendem ganhar pontos com as desgraças dos outros. E fico-me por aqui, já que o ministro de Justiça pertence ao governo de Sócrates e pode ser que, desta vez, mostre eficiência no pelouro que tem a seu cargo. Já veremos!
Mas a outra situação que surgiu neste fim de semana foi a de insolvência que atravessa a Quimonda, uma empresa que acolhe 1.800 empregados só em Portugal e cuja falência traz as consequências dos despedimentos em massa. E esse panorama, com baixa de empregos ou ainda mais grave, verificou-se, só este mês, nas Faianças Bordalo Pinheiro, na Toyota Portugal, na Tyco de Évora, na Peugeot-Citroen, na Auto-Europa, na Impala, na Mitsubishi e noutras tantas.
Enquanto isso, surgiu a novidade de que o Governo procura médicos para trabalharem no nosso território, por esse mundo fora. Precisam-se, dizem, 150 a 200 profissionais e, em vista disso, foram mais de dez os países visitados pelo ministério respectivo, mas só Cuba, Uruguai e Chile têm possibilidades de contribuir para atalhar essa necessidade. Isto, para além de 150 médicos emigrantes que se encontram em formação em Portugal. Acrescento eu: e que faz este Governo nacional que, como os anteriores, coloca a dificuldade das notas elevadíssimas exigidas para a entrada de alunos na Faculdade de Medicina, o que leva a rapaziada a ir para Espanha fazer esse curso e depois talvez possa exercer a profissão no seu e nosso País. Outra estupidez que ninguém entende e que nenhum Executivo mostra ser capaz de resolver.
Atalho agora com os problemas que têm sido desmedidamente debatidos e que o elenco de Sócrates não tem mostrado capacidade para apresentar ao País, de uma forma aberta e clara: o da construção do novo aeroporto de Lisboa e o da TGV, cujos encargos são enormes e que representam um endividamento pesadíssimo que é deixado os nossos vindouros. Não me proponho discutir nesta altura se essas medidas são ou não necessárias. Certamente que o são e por muitas ajudas que possam ser-nos prestadas, há que pagar aos credores um dia mais tarde. E é isso, precisamente, que o actual Executivo tem de demonstrar com números, não deixando dúvidas quanto ao seu acto e garantindo também que todos esses trabalhos que envolvem muitos milhares de milhões de euros, não vão beneficiar uns tantos bolsos que, como é sabido e não vale a pena esconder, estão sempre à espera nas esquinas dos projectos e das obras.
Eu, não me pronuncio sobre as vantagens dos empreendimentos que alguns dizem ser enormemente necessários. O que deve preocupar todos os portugueses é os encargos que vão caber a todos nós, os que vivem hoje mas, sobretudo, os que estarão presentes amanhã. Quando todos estes governantes já não existirem e já não poderem prestar contas.

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