domingo, 28 de dezembro de 2008

TERREIRO DO PAÇO



Atravessamos uma tremenda crise económica e financeira? Pois ninguém diria. Pelo menos cá no nosso País. Então não é que os registos pelo organismo que controla estas coisas, o SIBS, feitos no capítulo dos cartões de crédito utilizados entre os dias 1 e 25 de Dezembro, apontam para um montante de 4,2 mil milhões de euros, ou seja mais 1 por cento do que ocorreu no ano passado?
Sendo assim, não vale a pena os observadores andarem de mãos na cabeça, pois a população portuguesa contraria todas as opiniões pessimistas que são feitas quanto à situação actual, logo, também não será caso para nos inquietarmos no que se refere ao 2009 que aí está a chegar. Os nossos compatriotas são uns felizardos, não se preocupam com o amanhã e toca a gastar hoje e a pagar com cartões de crédito, que depois logo se vê…
Na verdade, este País e os seus habitantes, governantes e todos que tais, assobiam sempre para o lado e não se importam grandemente com as consequências dos actos que praticamos em determinada altura. Amanhã é outro dia e não vale a pena preocuparmo-nos com o que possa vir depois. Agora está resolvido, quando chegar a altura de nos afligirmos, nessa altura, então, se encontrará forma de nos desenrascarmos!...
Se não é assim, pois que alguém me explique uma situação que não se encontra forma de ser entendível por qualquer cabeça que se dê ao trabalho de pensar:
Há já muito tempo e até me parece que é uma determinação da Câmara Municipal de Lisboa ainda na sua anterior presidência, que aos domingos, entre as 14 e as 17 horas, não é permitido que o trânsito de automóveis particulares seja feito na Praça do Comércio. Portanto, os carros que têm de passar do Cais do Sodré para o lado de Alfama e vice-versa, são obrigados a dar uma volta que extravasa a capacidade das ruas escoarem o movimento que se acumula nos dois lados.
Fui obrigado, vindo de Alcântara, a ir comprar um bilhete de comboio a Santa Apolónia. Pois, quando cheguei ao fim da avenida 24 de Julho, a fila de automóveis já se estendia a perder de vista. E o único caminho possível era meter pela rua dos Bacalhoeiros e atravessar uma zona que não costuma estar aberto aos carros, mesmo junto à porta principal da Câmara. Daí, sempre em marcha lentíssima, lá se podia ir pela rua de S. Julião. Este trajecto levou 25 minutos, sendo enorme também a fila que corria ao contrário.
Mantenho, por isso, a pergunta ao presidente do Município lisboeta: qual a razão por que continua a manter-se esta mania (porque só pode tratar-se de uma mania), de fechar ao trânsito automóvel o Terreiro do Paço, aos domingos e entre aquelas horas? Expliquem-se. Prestem contas à população, que é essa a vossa obrigação. E não estabeleçam normas estranhas, só porque um senhor que tem poder para isso acordou uma manhã com uma ideia e, zás!, passou-a pêra um papel tal como eu faço este blogue.
Só que, o que aqui digo não causa transtornos a ninguém!...

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