terça-feira, 23 de dezembro de 2008

SOMOS COMO SOMOS




Estou cada vez mais farto de ainda ter que aguentar com tudo que este mundo, que alguns chamam “de Cristo”, nos oferece por culpa exclusiva do ser humano, essa criatura que, conforme eu costumo dizer, quando foi inventada o autor da receita enganou-se nalgum produto que a compõe e lá introduziu algo que não devia fazer parte do conjunto. Depois de composto o elemento final é que se constatou que o resultado não seria bem aquele que era esperado e, provavelmente, até foi no q.b. que se verificou o erro.
Bem, mas posta de lado a gracinha que alguns crentes religiosos não estão dispostos a aceitar, no caso lusitano também se pode admitir a tese de que as misturas de sangue que foram formando o Homem que se instalou nesta Terra, as visigóticas, as celtas, as iberas e tantas outras que por cá passaram, para além das invasões francesas que também contribuíram para fazer filhos, sobretudo nas nossas Beiras, tudo isso acabou por formar isto que hoje circula na Pátria portuguesa e que mostra bem daquilo que somos capazes.
Que me desculpem os que são apaixonados inveterados pela raça que representamos, mas eu, na minha idade e não tendo tido nunca papas na língua, não chego a esta altura mascarando aquilo que eu sinto e aquilo que julgo ver.
Quando criticamos os políticos, incluindo os que estiveram nos múltiplos Governos e os que lá se encontram agora, os que se arrastam pelos partidos políticos, nas Assembleias que são uma garantia de boa vida e melhor recompensa, tanto antes do 25 de Abril como após a Revolução, não deixando de referir toda a marquesada que se encheu de mordomias na velha Monarquia, todos, de cima a baixo, o que quer dizer, não deixando de fora a população portuguesa em geral, constituímos uma espécie que, penso eu, não foi por acaso que se fixou nesta ponta da Europa.
Agora, que a crise tomou conta das economias, finanças e situações sociais do mundo inteiro, não se prevendo melhorias nos próximos tempos, será a altura mais adequada para reflectirmos seriamente sobre tudo o que foi feito no passado e, obviamente, como está a ser encarado o problema no nosso dia-a-dia, reservando a nossa atenção para a Casa onde nascemos e vivemos. E, sem receios nem complexos de apontar erros, pois só assim é que seremos mais conscienciosos, cada um, à sua maneira e com os meios de que dispõe, poderá ou deverá contribuir para que esta trampa de enredo em que nos encontramos vá sendo moderado, dentro das difíceis condições de que já dispomos.
E, como é meu hábito, como a Espanha se encontra encostada a nós, é natural que as comparações surjam com mais frequência com essa vizinha. Por exemplo, as Estatísticas oficiais de ambas as partes dizem que os espanhóis vivem mais tempo do que os portugueses, mas têm menos mestres e doutores. Por outro lado, o abandono escolar bate aos pontos na área portuguesa, assim como nascem por cá mais filhos fora do casamento do que do outro lado da fronteira.
No que certamente também ganharemos é nas penhoras aos contribuintes que o nosso fisco efectuou em 2007: 180 mil! E, quanto a dívidas do Estado a fornecedores, no mesmo ano atingiu 1,5 mil milhões de euros.
E digam lá que os portugueses, cidadãos comuns e responsáveis pelo Poder, não fazem parte de uma espécie que andou a catar defeitos por tudo que foram os nossos invasores de antanho!

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