quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!

Por vezes interrogo-me, na solidão dos meus pensamentos, sobre aquilo que aprecio e o que detesto. Faço um risco ao meio para separar bem as duas coisas e dou comigo a ser condescendente, uns dias, e severo, outros. O homem é assim, digo eu, tomando-me como modelo de uma maioria.
Não será sempre igual. É volúvel, de acordo com os humores, o tempo que faz, as circunstâncias em que nos encontramos, os contactos que mantemos com os outros, o ambiente que nos rodeia e tantas outras motivações.
Se penso no que fiz pela vida fora, no que vivi, no que aproveitei, no que me saiu razoavelmente bem, aí sinto-me satisfeito, relembro os momentos agradáveis e dou por bem aproveitado o tempo que vivi. Mas se, pelo contrário, rememoro as situações negativas, as quebras de estímulo, os bocados mal vividos, por minha culpa ou por intromissão alheia, se me castigo a recordar traições de falsos amigos, más escolhas das vias utilizadas, falta de interesse em persistir na luta, regressos aos princípios, aos pontos onde estava antes de iniciar uma caminhada ou até pior, opto por fazer voltar à memória o que correu mal no meu passado e faço então contas quanto ao futuro que me espera e sobretudo ao tempo que me falta para conseguir ainda fazer algo que valha a pena. E se chegar à conclusão, nos dias de total pessimismo, que não atingirei esse objectivo, aí, a solidão em que me encontrar parece mais pesada do que ela é. E afinal nem é.


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