terça-feira, 30 de dezembro de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO1


Tenho medo de acordar a meio da noite e verificar que não tenho mais sono. Aí, por mais que feche os olhos com todas as ganas, permaneço acordado e com todos os sentidos em pleno funcionamento. Apavoro-me. Faço por não pensar em nada. Procuro desligar o interruptor do acordar, mas não consigo encontrá-lo. E aí, não tenho mais remédio que não seja isso: ficar a pensar.
Vêm-me à cabeça frases, temas, assuntos. Até rimas exóticas. Às escuras, aos apalpões, escrevo, o que me parece merecer ser guardado, num bloco que conservo ao lado. Já experimentei tentar manter na memória, mas, de manhã, ao acordar, não tenho a menor ideia do que julgava que não escaparia.
Na verdade, o despertar a meio do sono e não conseguir entregar-se de novo nos braços de Morfeu, constitui um autêntico suplício. Isso de acordar e conseguir voltar, de imediato, a dormir é uma bênção.
A mim, quando isso de despertar, em pleno sono, me sucede, vem-me à cabeça, sobretudo o que fiz de mal. Confesso que o que ocorreu de bem não tem grande apetite de aparecer. E martirizo-me a fazer projectos sobre aquilo em que me devo empenhar no dia seguinte. Mas, de manhã, não me recordo de nada.
É caso para perguntar se essa coisa do sono dos justos é algo que, de facto, existe. Que responda quem sabe.


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