quinta-feira, 27 de novembro de 2008

PEDOFILIA





Todos os dias se espera que as notícias surjam com a indicação de que terminaram, finalmente, as alegações que têm ocorrido no Tribunal sobre o ultra velho julgamento Casa Pia, mas esse encerrar do processo continua-se a arrastar, agora por isto, depois por aquilo, e os arguidos que fazem parte da história lá vão caminhando para a sala de audiências, deixando todos os interessados em conhecer o desfecho com a curiosidade em suspenso.
Agora, foi a de que Bibi, o único sobre o qual, embora tendo estado já na cadeia, não existem dúvidas de que, no final, será objecto de alguma condenação, acabou por denunciar o antigo provedor-adjunto do referido estabelecimento escolar, Manuel Abrantes, como também implicado na prática de abusos sexuais em menores. Ele, que sempre o tinha deixado de fora como culpado.
Por outro lado, o procurador João Aibéo continua a diminuir os crimes imputados ao mesmo Bibi, devido ao facto do actual Governo ter mudado a lei para ser aplicada neste processo, fixando em apenas um único “crime continuado” em relação a cada uma das vítimas. O que torna absolutamente igual dizer-se que há 500 ou mil crimes. É completamente indiferente.
O que revolta ainda mais é saber-se que, desde 1823 que a pedofilia documentada é praticada na Casa Pia. Catalina Pestana, que foi provedora daquela instituição até Maio de 2007, não se cansa de referir que existe uma enorme impunidade de que têm beneficiado os pedófilos que, sobretudo nesta fase dos acontecimentos, têm sido privilegiados pela ausência de acusação, frisando que a lei do silêncio é sempre a mais forte. E sublinha que, neste processo “estão presentes apenas personalidades da guarda avançada, mas que o grosso da coluna está cá fora”, isto porque “os jovens apontaram mais nomes do que aqueles que estão no processo”.
Perante tudo isto a que se assiste, não é possível que o cidadão comum, aquele que só toma conhecimento do que se passa no nosso País pelo que lê e ouve nos órgãos de Informação, não se interrogue como é possível que existam autoridades de todos os tipos, desde o mais alto de todos e por aí abaixo até ao que já pouco poder possui – mas algum ainda terá -, e não faça alguma coisa para que não fiquem impunes gentinhas que, por muito bem colocadas que se encontrem no mapa das importâncias, não merecem que gozem de protecções que chegam ao ponto de ocultar casos como este de tamanha malvadez.
Muito dinheiro deve andar envolvido em situações do tipo que registo no meu blogue! Só pode ser isso…

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