quinta-feira, 20 de novembro de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!

Fernando Pessoa, de novo ele que tenho sempre presente, quando escrevia – e fazia-o continuamente -, não escondia as suas amarguras. Questionava-se. Era também o maior crítico de si próprio. Olhava igualmente a sociedade com nítido desconsolo. Porém, vistas bem as coisas, quem tem olhos, ouvidos, sentimentos, quem coloca tudo isso a funcionar e põe a máquina do pensamento em laboração, inevitavelmente colhe motivos suficientes para não mostrar satisfação plena. Desgosta-se do que observa nos outros, no mundo em geral e, sendo sincero, não se envaidece de si próprio. Para além de tudo isso, se a saúde dá mostras de não querer manter-se em pleno, se este ou aquele mal físico se instala no corpo, e, não só isso, mas também o espírito é vítima dos seus achaques, perante tudo isto, o natural é não se andar embevecido com o ambiente em que nos movimentamos.

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