sábado, 18 de outubro de 2008

DIABO QUE ESCOLHA


Na situação em que nos encontramos no campo da escolha política, tirando alguns partidos que, logo de início, não vão merecer a preferência do nosso voto – isto para o caso das legislativas que começam a dar ares de estar aí a aparecer -, os restantes deixam-nos as maiores dúvidas no que se refere a serem aqueles que, na verdade, irão cuidar de pôr a casa em ordem, de arrumar os assuntos velhos de que não vale mais a pena andarmos sempre a referirmo-nos a eles, de se preocuparem sobretudo com a melhoria de vida do povo que somos, em vez de terem apenas os olhos postos no aumento de posições, nas inúmeras sondagens que são feitas ainda eles se encontram ou no poder ou com vontade de ser parte dele.
A mim, o que causa a maior dúvida é encontrar um grupo partidário que tenha a modéstia suficiente para reconhecer, sempre que tal se justifique, que se enganou, que o caminho que seguiu não devia ser aquele, que um adversário viu melhor um problema do que o que se encontra no comando das operações, que se está sempre a tempo de emendar a mão e que não é por se cometer um erro que se deve depor logo a toalha, sempre e quando se esteja disposto a enfrentar o engano e mudar de posição.
Esse partido político não existe. O chefe desse agrupamento não deverá ter ainda nascido, pois, tratando-se de um ser tirado do molho dos humanos, está sempre convencido que é o maior, o mais sapiente, o que nunca comete disparates. E, perante tal realidade, eu, como votante quando chegar a hora de meter o papelinho na urna, tenho a maior das hesitações. Daqui até me encontrar nessa oposição ainda falta muito tempo, mas eu começo já a preocupar-me. Por mim, claro, mas sobreturo pela maioria dos concidadãos que, tal como acontece comigo, terão cada vez mais dúvidas.
Examinando, sobretudo, os dois principais concorrentes, um, um sabichão que me causa a maior das revoltas estomacais com as suas afirmações categóricas, eu que passo a vida a duvidar de mim próprio, esse não me parece, apesar das coisas menos más que, mesmo assim, foi capaz de enfrentar durante a sua governação; a outra, uma mulher, silenciosa e misteriosa, que não foi capaz de mostrar até hoje a sua capacidade para dirigir – e o que tem feito no Partido não provoca qualquer garantia -, provoca-me reticências, pois votar no desconhecido é coisa que não podemos fazer, numa altura em que a crise e o resto andam a atormentar-nos a cabeça e a dizer-nos que todas as cautelas são poucas.
Um Governo a meias? O que poderá sair daí? Dois teimosos; dois convencidos; dois sabichões; duas formas de encarar as realidades?
Venha o Diabo e escolha!...

Sem comentários: