quinta-feira, 23 de outubro de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!

Quando releio as centenas de poemas que já escrevi e que conservo em folhas soltas que, constantemente, se misturam, a minha vontade é fazer um molho desses papéis e despejá-los no caixote do lixo. Mas tenho, primeiro, que esquartejar todas as páginas, não vá alguém encontrá-las e depois exibi-las como obra sua.
Fico, porém indeciso. Será que não têm essas poesias, de facto, o menor valor? Que, bem seleccionadas, alguma coisa será aproveitável e supere a mediocridade?
Esta falta de confiança, que entra em mim quando remexo nos escritos de saíram da minha produção, a incerteza quanto ao valor que pode ter tanto trabalho, esse receio de poder ser considerado um intruso no meio literário obriga-me a encher as gavetas dos pendentes, sem coragem para oferecer à crítica, à opinião dos outros, alguma coisa que um valor tem, sem a menor dúvida: é tudo fruto de esforço, de empenho, de desejo em utilizar o tempo que me falta até ao passo final, deixando alguma coisa a que não assistirei qual vai ser o seu destino.
E assim, vou escrevendo prosa e poesia, da mesma forma que , de vez em quando, pego nos pincéis e encho uma ou outra tela de desabafos coloridos. E vou guardando tudo, ao ponto de não haver já muito espaço para armazenar aquilo que só eu sonho poder vir a ser apreciado um dia…
Não faço questão de assistir a esse surgimento.

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