terça-feira, 2 de setembro de 2008

SOMOS ASSIM!


É coisa sabida que nós, portugueses, deixamos sempre para o fim, quer dizer para o último momento do último dia, o que temos a fazer com prazos estabelecidos. É uma forma de ser que nos caracteriza e, quanto a isso, as excepções só confirmam a regra.
Por isso, não nos podemos admirar e até insurgir em relação a medidas que os governos, este e os que lhe antecederam, deviam já ter tomado há muito tempo e ainda se encontram na fase de aguardar nem se sabe bem o quê. É essa a explicação que se pode encontrar também para o atraso em praticar medidas que competem a várias repartições públicas e que a população vê arrastarem-se sem nada andar. Então, no que se refere às Câmaras Municipais de todo o País, incluindo, claro está, a de Lisboa, tais demoras, essas não há ninguém que as explique, se bem que, muitas delas se ficam a dever a favores que são feitos a alguns que beneficiam da “cunha” – para dar-lhe este nome – que está quase sempre presente sobre tudo na área da construção civil.
Noutra zona do poder, continua-se a aguardar que funcione, e isso com toda a eficiência, o tal cartão único do cidadão. Foi aberto um período de experiência no distrito de Leiria e até José Sócrates apareceu na televisão a evidenciar o que lhe tinha sido passado, mas saiu agora a notícia de que o sistema tinha já dado conta de deficiências, pois apareceram 400 vasos em que as impressões digitais não tinha sido reconhecidas.
E aqui estou eu com a recomendação de que se vá a Espanha ver como o sistema funciona, pois ali já há anos que os cidadãos têm só um número, o do bilhete de identidade, de contribuinte, de utente e da segurança social, sendo aconselhável incluir também o da carta de condução, e o aparelho biométrico nunca fez má figura. Por cá, uma coisa que é já normal nos outros países, ainda se encontra em fase de experimentações. É uma pena que não consigamos dar passos em frente, para não ficar sempre para os últimos.
Por fim e quanto a hoje, tomar conhecimento de cerca de 40 mil professores ficaram no desemprego por não haver vaga para serem colocados e que 20 mil deles nem subsídio de desemprego lhes é atribuído, é uma notícia que entristece ainda mais os portugueses, ao verificarem que Portugal se mostra incapaz de dar trabalho aos seus filhos e que, nem mesmo os licenciados, conseguem fazer no País a sua vida.
Se tiverem de emigrar, vai-lhes acontecer os mesmo que aos emigrantes de Leste que recebemos e que, sendo muitos deles licenciados, até em medicina, aqui chegam para trabalhar nas obras. Em Espanha já lá estão uns milhares de concidadãos nossos que se sujeitam a exercer profissões menores, mas que, apesar disso, são melhor remuneradas do que aqui lhes era atribuída.
É este o panorama que se vai desenhando na nossa Terra. Não vale a pena fazer papel de optimista, fingindo que as coisas não estão tão más assim…

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