quinta-feira, 11 de setembro de 2008

MATAR É PRECISO!



Como o tempo passa! Faz hoje sete anos que ocorreu o horroroso caso dos aviões conduzidos por terroristas que fizeram desmoronar os dois enormes arranha-céus gémeos, em Nova Iorque. A quem aconteceu, como eu, ter assistido na hora, por casualidade, na televisão, a tão inqualificável acontecimento, ainda se perguntará como é possível ter passado já todo esse tempo, quando temos ainda na ideia o espectáculo que presenciámos.
De facto, o cérebro é mais capaz de guardar as cenas desagradáveis do que manter em resguardo situações que, pela sua beleza, seria natural que surgissem à recordação sempre que apelássemos pela sua presença.
Eu dou um exemplo que me salta neste momento como modelo: quando tive ocasião de visitar o Taj Mahal, na Índia, por sinal como apreciador isolado pois encontrava-me como convidado do Governo indiano, pude deslumbrar-me com tanta beleza, apalpar aqueles mármores quase transparentes e apreciar o jardim frontal em perfeita à vontade. Logo, o normal seria que, de vez em quando, aquela ideia deslumbrante me soltasse do cérebro para compensar imagens negras que todos nós remos, com mais ou menos frequência, de contemplar nesta vida. Pois não! Nunca me aconteceu isso. Quer dizer, o momento desagradável à vista que, no meu caso, surge em qualquer ocasião, não teve, até agora, a compensação de ser substituída pela beleza, a do Taj Mahal ou outra, já que felizmente tive várias, igualmente deslumbrantes, que conservo na minha caixa craniana.
Há que tirar alguma conclusão deste facto? Confesso que não sou muito dado a fazer conjecturas relacionadas com situações que podem servir para formular decisões mais ou menos acertadas. As minhas dúvidas permanentes não me deixam atingir tal ponto. Prefiro registar os acontecimentos e fico-me por aí.
O que é certo é que se cumprem hoje sete anos sobre a data que ficou marcada por uma destruição material e uma enormidade de mortos, isso no País que se julgava invulnerável, e que nós, os que já existíamos na altura, ficamo-nos nos nossos lugares, pendentes do que possa ainda passar-se e tendo de aceitar como possível todos os actos, por mais inverosímeis que possam parecer.
Um “carjacking” em plena baixa lisboeta? O que é isso comparado com um gesto de algum desses indiferentes à vida dos próximos que, com uma artimanha dessas que fazem ir pelos ares toda uma cidade, não hesitam em dar azo à sua malvadez, ao seu ódio religioso, à sua ambição nacionalista ou o que quer que seja. Matar é preciso!...

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