terça-feira, 12 de agosto de 2008

DESENCANTO...POR ENQUANTO!


Viajar é um prazer por que a maioria dos mortais anseia. Ver coisas distintas, diferentes povos que falam outra língua, que se comportam de modo desigual do nosso. Com excepção dos que se sentem bem onde estão, não têm meios para deslocações ou a falta de saúde não lhes permite que saíam do mesmo sítio, todos os outros albergam a curiosidade de ir mais além. De ir à descoberta. De ir ver outras paragens.
Mas para ver não basta apenas olhar. Olhar e não ver é uma situação bastante frequente em muitas pessoas. Que, ainda por cima, não distinguem uma coisa da outra. Vão visitar outras paragens, olham e não decifram a importância do que lhes aparece à frente. Nem o seu significado. São como aquele que foi a Paris, depois de ter economizado durante muitos anos o necessário para aquela aventura e, ao regressar, ao lhe ter sido pedida a opinião sobre a cidade, respondeu: “Que grande!”.
Mesmo dentro do próprio país, existem diferenças que vale a pena serem apreciadas. Então, quando há a oportunidade de cruzar a fronteira, quando é outra língua que se fala e são outros hábitos que se encontram, não se pode perder a ocasião de estabelecer a comparação. E medir se as diferenças jogam a nosso favor ou a vantagem é dos outros. Se não se produz essa avaliação, se se fica apenas pelo que se olha, então, na verdade, não se vê. Perde-se o essencial.
Podemos ser vaidosos daquilo que somos e do que temos. Estarmos satisfeitos com o nosso passado e com o presente. Cada um é dono da sua opinião. E o chamado “amor à Pátria” não deve ser objecto de discussão.
Do mesmo modo, a crítica, o descontentamento, a análise negativa daquilo que somos e o desejo de sermos melhores, todas essas atitudes não podem ser vistas como desamor. Estar satisfeito com o nosso comportamento, não desejar mudar nada, preferir sermos como somos do que procurarmos nos outros exemplo para melhorias, será uma posição que se respeita, não tem de ser apelidada a priori de patriotismo doentio., ainda que, reconheça-se, pouco positivo. Estar bem como está é tão aceitável como quem deseja mudar. No entanto, o desejável é que seja para melhor.
Seja como for, para quem está disposto a isso, o viajar é respirar ar diferente. E pode constituir um aumento de cultura, um alargamento de horizontes. O que é fundamental é pôr todos os sentidos a funcionar em pleno, para que o sair de onde vivemos não seja uma mera distanciação. Digo eu.



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