quarta-feira, 13 de agosto de 2008

DESENCANTO... POR ENQUANTO!



Contemplo as pessoas que passam e faço a minha análise do povo que somos no nosso burgo. E se o panorama que observo ocorre em Lisboa, no interior do País não é muito diferente. No que diz respeito à demografia. Até será mais acentuado.
Não tenho números para saber em que percentagem, mas, à vista desarmada, a quantidade maior de gente que passa, agora que estou a fazer essas contas, é de gente idosa. Juventude só de vez em quando.
Isso quer dizer que Portugal está a envelhecer a olhos vistos. O que obriga a pensar no futuro, no próximo e no mais longínquo.
Mas não é apenas neste rectângulo que tal fenómeno está a acontecer. Segundo os números que são divulgados, os europeus não têm muitos filhos. A média é a de cada casal ter um descendente, ou seja, de cada dois sai um novo. Mas desde que a Europa escancarou as suas portas à imigração de todas as partes chega gente à procura de melhor vida do que a que têm nas suas origens. E, por pouco boa que ela seja, sempre será de nível superior à que tinham nas suas terras longínquas.
Todavia, como não conseguem libertar-se dos seus hábitos ancestrais, ou seja, como mantêm a ânsia de ter muitos filhos, mesmo mudando de ares não conseguem alterar os seus princípios. Também porque para eles os filhos, especialmente os machos, representam uma espécie de previdência social, de segurança para a velhice. Para além de que o respeito pelos idosos, em particular pelo mais velho, é hábito que se mantém, ao contrário do que ocorre vulgarmente no meio ocidental.
O que se passa, pois, é que tais imigrantes continuam a ser prolíferos. Mudam de sítio mas não perdem os costumes, os de terem muitos filhos, seis, sete, oito… E é essa geração que está a ocupar o lugar daquela que tem vindo a ser formada por rapazes e raparigas europeus de ancestralidade.
Por isso, a cor da Europa está a mudar. Basta olharmos para quem passa para constatarmos que tal mudança é cada vez mais visível. Será um curioso exercício tentarmos vislumbrar o futuro. Que se passará daqui a cinquenta anos ou até ainda antes? Provavelmente o mesmo que ocorria na minha juventude que era, de quando nos cruzávamos na rua por um indivíduo negro, beijávamos a unha do dedo polegar e dizíamos “um gosto”. Quem viver verá se se passará o contrário, se caberá a vez aos negros de ter esse gesto quando surgir um branco por essa Europa fora…

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