quarta-feira, 25 de junho de 2008

TRISTEZAS SEM CURA Á VISTA...


Já nem é preciso escrever nas entrelinhas. Com a maior clareza as opiniões expressas nos vários órgãos de comunicação social não deixam dúvidas: a crise que atingiu o nosso País aumenta a olhos vistos e nem as notícias lançadas pelo primeiro-Ministro, com o seu ar risonho de que tudo caminha às mil maravilhas, nem tais sopros de optimismo mal dominado conseguem fazer com que os cidadãos que estão conscientes das realidades vejam renascer uma luzinha de esperança no fundo de todo o seu cepticismo.
É preciso que alguém – que mereça o mínimo de confiança de José Sócrates, que não parece ser pessoa com grande capacidade para ouvir as opiniões dos outros – diga ao responsável governativo que não é possível passar todo o tempo das suas intervenções a pintar com cores de rosa por cima do que se encontra negro de breu, quando o que é precisa, isso sim, é limpar completamente o quadro sujo e recomeçar tudo de novo.
Claro que, antes do mais, o essencial é que não falte o bom senso a quem tem de tomar as decisões, especialmente as mais importantes e as mais urgentes, usando com critério as opções, colocando por ordem o que tem de ser encarado de imediato e deixando para depois o que pode esperar.
É preciso pôr mais na carta, engenheiro José Sócrates? Agora, com uma concorrente que se deseja que tenha aquela capacidade para falar claro e dizer ao Povo aquilo que ele há tanto tempo aguarda que lhe sejam transmitidas – seja qual for a cor política que cada cidadão ainda mantenha no seu armário de inclinações -, as verdades sobre a nossa real situação e os impulsos para que se deixe de greves e exigências de tipo social e dê tudo o que tem para dar, na sua actividade, para fazer progredir o País, perante o que parece ser (e oxalá seja, dra. Manuela Ferreira Leita, a pessoa que faltava na oposição!) uma forte concorrente ao lugar de comando dos ministros da governação, só lhe resta deixar-se de fantasias políticas, em que já poucos dos seus seguidores socialistas acreditam. É o que se diz por aí…
Termino esta recomendação com a repetição dos assuntos que não podem continuar a ser motivo de discussão nacional: há muitos, mas ficamo-nos, por agora, na questão casmurra de querer correr desaforadamente para o novo aeroporto de Lisboa, sem esgotar na totalidade o espaço que ainda existe na Portela e que dá para passarmos este momento de “vacas magríssimas” sem pensarmos em “riquismos”. Esse é um, mas também a questão da compra dos dois submarinos, ideia que foi inventada por uma anomalia da política portuguesa, apenas com o intuito de fazer ficha, a qualquer preço, na lista dos célebres que por aí se vão acumulando em várias áreas. Por fim e por agora, já que não há dinheiro nem para comprar fardamentos à Polícia, que se comecem a vender as instalações, que são muitíssimas, que se espalham não só por Lisboa mas pelo resto do País, e, com esse e outro dinheiro que seja obtido, dedicar a maior atenção também cuidar da saúde nacional e dar remédio, quanto antes, a essa vergonha a que chegámos de se terem “esgotado” (para usar uma expressão comum) os médicos portugueses, ao ponto de ter sido necessário “importar” profissionais espanhóis, com a agravante – toma-se agora conhecimento – de os mesmo médicos espanhóis estarem a regressar a casa, posto que o Governo vizinho viu o problema e resolveu “num ápice” oferecer melhores condições e maior estabilidade laboral aos seus profissionais. Não dormem em serviço!
O que é que um blogue, com as aspirações limitadas como é este que eu vou redigindo diariamente as minhs amarguras, pode alargar-se para além destes temas soltos que, todos juntos, fazem parte das nossas aflições de cidadãos portugueses?
Bem gostaria eu de dedicar o espaço que me concedem os blogues a cantar hossanas aos feitos dos homens que, por sua livre vontade, se dedicam à política, nem que seja como passadeira para um daqueles maravilhosos lugares onde, depois, passam a ter remunerações de loucura.
Gostava, sim senhor. Mas eles não me deixam. Por isso, que levem na cabeça, nem que seja só de mim!

Sem comentários: