terça-feira, 27 de maio de 2008

JUDEUS


Sou feliz por ter amigos judeus
Aqui, no País e em Israel
Uns sendo crentes e outros ateus
Mas sempre com amizade fiel

São gente capaz, de alma bem pura
Gostando de ser aquilo que são
Sem perder nunca boa compostura
Tratando-me sempre como irmão

Só quem não quer ver não o acredita
Que sim, passou-se grande holocausto
Onde milhões sofreram a desdita
Depois de, um a um, ficar exausto

Antes a diáspora foi real
Por lá nos anos de mil e quinhentos
Esse rei Manuel foi-lhes fatal
Causando-lhes tantas dores, sofrimentos

Perderam eles, perdeu Portugal
A mais valia foi para além
Ficou-se por cá, neste lodaçal
E não lhes foi dada Jerusalém

Ganhou forais essa Inquisição
Que hoje tem um nome diferente
Andámos sempre no sim e no não
Sem ter chegado a um finalmente

Não sou judeu, porém melhor pensando
Chego a julgar que muito gostaria
De me poder aos poucos transformando
Num membro fiel de judiaria

Não que eu fosse total cumpridor
De regras como de ortodoxia
Bastava-me só ser um seguidor
Poder gozar de boa companhia

Com tal saber e tamanha mestria
Como provaram a todo o mundo
Não foi bastante tamanha sangria
Para os colocar lá bem no fundo

Foram inúmeros os Prémios Nobel
Mais do que os outros povos ganharam
Sempre lhes coube assim o papel
De calar muitos que os desamaram


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