quarta-feira, 28 de maio de 2008

A DÍVIDA DOS PORTUGUESES


Não é que as notícias desagradáveis que, sucessivamente, surgem em tudo que é informação prestada pelos órgãos de comunicação aos portugueses, possam considerar-se surpresas assustadoras que nos deixam mais perturbados ainda do que já andamos. É evidente que nada pode ser escondido do povo e, por isso, as boas e as más novidades têm de ser divulgadas por quem lhes cabe o papel de prestar contas. É sua obrigação. infelizmente, porém, de há uns tempos a esta parte e com maior frequência do que o fraco coração dos portugueses já pode aguentar, as más notícias invadem as páginas do jornais, enchem os altifalantes das rádios e, como não podia deixar de ser, ocupam os écrans das televisões. E, como se tal não bastasse, através da Internet aparece lá tudo escarrapachado.

Qual a novidade que surgiu hoje, para azedar ainda mais o pequeno almoço dos nacionais? Pois, nem mais nem menos do que a informação de que "cada português deve 15 mil euros", assim tal e qual, e que o endividamento das nossas famílias já representa 129 por cento do rendimento disponível.

Traduzido isto por miudos, quer dizer que o endividamento bancário contraido pelos grupos familiares, em média já se vê, atingiu níveis tais que não é fácil descortinar-se uma saída para tão catastrófica situação.

Para ser mais claro - que é o que faz falta que suceda por cá, em que os vários responsáveis governamentais optam por uma linguagem que esconde a crueza das informações -, o que cada um de nós tem de entender é que, se as entidades credoras tomarem a decisão de proceder a hipotecas pelos montantes por pagar, vamos assistir a um desfilar de habitações a surgir à venda contra vontade dos seus actuais possuidores.

Mas, enfim, num panorama tão pouco animador como o que já se instalou neste cantinho na ponta da Península Ibérica, em que existem os que se encontram no Governo a declarar que as coisas não estão assim tão más, enquanto as oposições pintam os quadros mais negros que é possível imaginar, no meio de tudo isto estão os protagonistas do drama, os que, de dia para dia, sentem nos bolsos a diminuição do poder de compra e que olham para futuro com verdadeira preocupação., para não dizer pavor.

Só o que não há é quem surja, com linguagem clara, credível e dom argumentação sustentada, a indicar o caminho para sirmos desta encruxilhada em que nos têm ansdado a meter. E não digo o actual Governo, como pagador absoluto dos males que existem, mas de todos os anteriores responaáveis que ocuparam as cadeiras do poder e que não foram capazes de aproveitar o regime democrático, as enorme ajudas europeias e até o exemplo de vários pequenos países também da Europa - veja-se a Irlanda, um deles -, que conseguiram ultrapassar as dificuldades que também lá chegaram.

Qual é, então, o defeito? O de sermos portugueses?

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