sexta-feira, 30 de maio de 2008

DESENCANTO...POR ENQUANTO!


Por mais que não queiramos, todos somos um pouco lamurientos. Uns, não o demonstram, lastimam-se para dentro. Outros, os mais exuberantes, choramingam mesmo sem lágrimas, não perdem a ocasião para se lastimar, quer com o que se passa com eles próprios quer com a sociedade em geral, a que está à sua volta ou até a que se encontra distante.
Seja como for, a lamúria é um exercício que faz extravasar a tristeza que circula no interior do ser humano. E é também a forma de comunicar aos outros a infelicidade que lhe invade o espírito. E, não querendo sofrer sozinho, o lamuriento procura consolo, cumplicidade, aplauso até pela sua coragem em suportar a dor.
O choramingas é, portanto, alguém que não aceita ser só ele a sofrer. Procura companhia e, de uma forma geral, considera que o seu sofrimento é maior do que o do outro com quem fala. Dor como a sua não há nenhuma!
Sofrer em silêncio, não transmitir para fora as agruras que sente, engolir em seco as maldições que lhe couberam em sorte, passar por tudo isso sem mostrar, sem transmitir a quem só pode sentir dó, piedade, tristeza… e mais nada, conseguir resistir à tentação de provocar a comiseração, isso só pode merecer o aplauso do que já tem problemas na vida que lhe cheguem. Se se trata de pedir auxílio, isso é uma coisa. Agora, se o que se pretende é tão somente exibir desgraças e a valentia que se tem em suportá-las, nesse caso não parece ser louvável tal atitude.
Há, realmente, muita gente que sofre por esse mundo fora. Se a lamúria fosse sincronizada e todos, ao mesmo tempo, se queixassem, em voz alta, dos seus males. Teríamos um impressionante coro da desgraça.
Talvez isso despertasse para o bem esses destemperados que levam toda uma existência a provocar guerras e destruições. Mesmo tendo de perder as faustosas e injustas mordomias que, quase sempre, lhes são proporcionadas por esse maldito produto que vem do fundo da terra: O PETRÓLEO!

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