terça-feira, 8 de abril de 2008

Uma vida difícil (22)


(continuação)
Tendo ficado sem semanário, restava-me agarrar na outra publicação que tinha restado, de nome "o País Turístico", uma revista mensal que se dedicava à actividade do turismo nacional e que resistiu perto de um ano. A outra, que tinha também sido criada no tempo do semanário, de seu nome "o País Agrícola", outra publicação mensal, essa foi a que resistiu até 1998. E ocupou um lugar de relevo no meio da agricultura portuguesa, rendo chegado a alcançar cerca de 4.000 assinantes.
Para finalizar e apenas como recordatório deste resumo de uma vida que não terá valido assim tanto a pena, mas que, apesar de tudo, sobressaiu da mediania, sempre será relativamente importante registar que José Vacondeus fez parte do Conselho de Imprensa, tendo sido Conselheiro até ter sido extinta aquela instituição e ter sido criada a depois denominada Alta Autoridade da Comunicação Social, tendo sido substituídas as retribuições de presença da época pela choruda remuneração equivalente ao de deputado à Assembleia da República.
No capítulo da colaboração como cronista na Imprensa portuguesa, fica registado também que mantive, durante cerca de 3 anos, uma coluna semanal em “A Capital” e, logo de seguida, outra também com periodicidade da semana, no “Diário de Notícias”. Esta também perdurou durante perto de 4 anos. Ambas, segundo parece, mereceram uma boa audiência dos leitores habituais.
Hoje, resta-me aproveitar o tempo para me dedicar à leitura de cerca de 2.000 livros acumulados ao longo de uma vida, ao mesmo tempo que me vou movimentando no uso do computador, o que me permite ir também tentando passar a letra de forma o muito que existe como lastro e que anseia por ser deitado borda fora. Assim hajam editores que alarguem as suas vistas para lá dos autores ditos “mediáticos”, pois cerca de 300 poemas na gaveta, de uma peça de teatro e de um original que se intitula “Desencanto por enquanto” e que se trata de uma obra de reflexão inspirada no “Livro de do Desassossego” – salvaguardadas as devidas distâncias -, tudo isso e o mais que faço questão de fazer surgir antes da que será a derradeira partida.
Outra actividade a que me dedico e que ocupa bastante do meu cérebro é a pintura. Não tanto como eu desejaria, por deficiência de espaço na espécie de “atelier” que montei no jardim de minha casa. Precisava de espaço para não me dedicar a um quadro de cada vez e antes dividir a minha vontade de aplicar as cores em diversas produções simultaneamente. Sinto que teria bastante para dar nesta área da pintura, da mesma forma que faz falta um contacto com outros pintores para absorver as técnicas que me faltam e que não seria necessário estar a “inventar” em absoluta perda de tempo.

(continua)

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