terça-feira, 29 de abril de 2008

RESPONSABILIAR OS RESPONSÁVEIS


Cada dia que passa e perante a acumulação de noticiário que invade as colunas dos jornais e os minutos de rádio e de televisão que temos, somos levados a lastimar, os que nasceram anos atrás bastantes para não poderem agora levar em consideração a eventualidade de ir viver fora de fronteiras, cada momento que somos forçados a resistir ao que nos rodeia vai aumentando a sensaboria e o desconsolo de nada podermos fazer para dar um puxão de orelhas naqueles que, dispondo de meios para actuar, se dedicam a encolher os ombros e a não serem capazes de mostrar obra feita, por forma a alterar bastantes estados de coisas que não podem continuar, indefinidamente, a ser iguais ao que eram, isto é, a arrastar-se na teia da indolência e do comodismo, porque o não fazer nada é mais sossegado do que o tomar decisões.
Vem isto a propósito do que me foi dado saber que se tinha passado anteontem ou nos dias muito recentes. Por exemplo, o assalto ocorrido a uma esquadra da Polícia, em Moscavide, em que uns tantos energúmenos agrediram um indivíduo que ali tinha acorrido para pedir refúgio, maltratando também o único guarda de serviço, esse acontecimento mostra bem o estado de insegurança em que se vive, e em que já não chegam os assaltos no chamado método do “carjaking”, posto que todos os outros, os roubos clássicos já se tornaram banais. E os vândalos que atacaram, pela sétima vez, uma escola sem segurança nos arredores de Faro. Como o jovem que agrediu polícias com pedras da calçada e ainda o empresário esfaqueado por “striper”, tudo isso faz parte da lista de acontecimentos, num só dia, em que cada situação merecia que algum responsável não afirmasse que não tinha conhecimento das circunstância que proporcionaram a execução de tais malfeitorias. Foi o que se ouviu afirmar ao representante do Governo chamado a pronunciar-se.
Que confusão se faz por cá quanto à interpretação da aplicação do sistema democrático, temendo que se confunda exigência de responsabilidades com perseguição ditatorial e mão dura com bandalheira quanto ao cumprimento das obrigações que cabem a cada um dos cidadãos, sejam eles os mandatários do povo para fazerem cumprir leis, sejam os que, no seu devido lugar, têm de viver aceitando as regras.

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