domingo, 4 de setembro de 2011

NASCER ASSIM E MORRER PIOR!..




FEZ AGORA UM ANO, a 3 de Setembro, que o julgamento dos implicados no caso de pedofilia na Casa Pia deu como resultado a condenação dos arguidos no processo, muitos deles a anos de cadeia, como foi o caso do Carlos Cruz que recebeu a pena de uma prisão prolongada, mas, apresentados que foram os recursos à sentença com 1760 páginas, o Tribunal da Relação de Lisboa não se dignou ainda decidir sobre o veredicto final nem indicou qualquer prazo para que a conclusão do problema surja aos olhos do País.
É certo que, segundo se sabe, foram apresentados cerca de 100 recursos, com aproximadamente 68.000 páginas, ao todo preenchidas ao longo de 69 meses de julgamentos, mas, seja como for, não se pode admitir que o apuramento de resultado de um caso que apaixonou toda a atenção dos seguidores pelos jornais do que se ia passando, se mantenha por concluir e que, segundo consta muito da parte de quem se situa no meio dos casos passados pelos tribunais, vai tudo morrer num dos silêncios profundos que não é a primeira vez que ocorrem no nosso País.
Porque este caso, que foi acompanhado por um grande número de portugueses, sobretudo porque nele figurou um mediático apresentador televisivo que provocou a admiração de quase toda a gente, continua, de vez em quando, a ser chamado às páginas dos jornais, mas a pergunta que se tem de fazer é quantos casos julgados em tribunais, mas que não ocasionaram grande interesse na opinião pública, terão estado também encafuados nos gabinetes dos julgadores e terminaram esquecidos e sem condenação.
Este nosso Portugal nunca foi grande campeão nas situações que saíram dos tribunais, com julgamentos rápidos e com conclusões céleres. E é por isso que, na situação actual, tantos assaltos à mão armada e situações criminosas de variada espécie são o “pão nosso de cada dia”, com informações que os culpados passam pelos juízes que, em grande número de casos, os mandam para casa ou condenam com sentenças muito leves, o que ocasiona que os mesmos repitam frequentemente os crimes antes praticados, o que também leva os serviços policiais a, muitas vezes, não se empenharem com grande afinco, posto que posteriormente dão de caras, nas ruas, com os anteriores fora da lei que se riem na cara dos seus perseguidores anteriores.
Que a crise nos tenha a todos nós, cidadãos cumpridores, obrigado a sofrer as consequências das restrições que nos são impostas nos nossos dias com toda a espécie de impostos e de condições apertadas de podermos viver com o mínimo de condições humanas, isso é assunto que nem vale já a pena referir, pois que se trata de um amargo de boca que os políticos que têm passado pelo poder, que poderiam ter-nos aliviado a tempo do castigo que sofremos, não foram capazes de fazer o papel que lhes era imposto. Mas que, para além disso, a Justiça nacional seja também um mal que não há forma de chegar um Governo que deite mãos a essa praga, isso já tem de se considerar como excessivo e é motivo para que as populações, todas elas, se revoltem e organizem uma manifestação de grande vulto, para tentar que os políticos que têm a seu cargo o pelouro da Justiça se apressem a encontrar o remédio que há muito tempo, há anos necessita de ser curado da enfermidade em que está envolvido.
Co’s diabos, se há situações que podem ser encaradas sem necessidade de grandes dispêndios, essa de dar a volta à área da Justiça que nos maltrata há imenso tempo, não será, seguramente, de deixar para mais tarde, como sejam as auto-estradas, o comboio veloz ou os aeroportos novos.
Mas a realidade é só uma: somos um País que está condenado, desde a sua nascença, a sacrificarmos os naturais desta Terra lusa. Nascemos assim e, pelos vistos, morreremos da mesma maneira… a menos que!

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