terça-feira, 6 de setembro de 2011

DÍVIDAS IMENSAS





A AFIRMAÇÃO FEITA por Pedro Passos Coelho de que era intenção do Governo que ele chefia ir mais longe do que o que ficou estabelecido no documento assinado com a Troyka, no capítulo da atribuição de impostos e da diminuição de despesas do Estado, essa declaração que só pode ter o propósito de deixar boa imagem nos credores para que nos considerem como bons alunos, bem comportados e cumpridores do que está assumido. Mais nada do que isso.
Se tal espalhafatosa declaração não provocasse um tão clamoroso aperto nas bolsas dos portugueses, ao ponto de, num muito elevado número, existirem famílias onde a fome já passou as suas residências – para as que ainda as têm, pois o abandono de casas e a entrega das mesmas aos bancos credores, por impossibilidade de liquidarem as mensalidades que constituem as suas dívidas pelos empréstimos que obtiveram para adquirirem as mesmas -, se não ocorresse já tal situação de miséria, especialmente provocada pelo desemprego, se não fosse esse o panorama que se vive de Norte a Sul de Portugal então poder-se-ia bater as palmas à decisão do Executivo de se adiantar ao que foi acordado, pagando mais e mais depressa aquilo que se deve.
De facto, o estado de graça que foi concedido ao grupo do PSD e do CDS durante algum tempo, assistindo-se primeiro à sua actuação e só depois surgirem as críticas, se as houvesse, nesta altura já não se justifica mantermos a viola no saco, pois a situação verdadeiramente dramática que já se vive por cá não pode permitir que não levantemos a voz e exijamos da actuação governamental a utilização de toda a competência e bom senso, assim como a rapidez no uso de soluções que não podem estar a aguardar por melhores dias.
Quando se esperava que a prioridade dos governantes que se encontram agora no poder fosse a da diminuição drástica dos gastos de dinheiros do Estado e da remodelação de todo o esquema do Governo, pois é sabido que existem dependências ministeriais que não se justificam e que deveriam já ter sido encerradas, assim como o enorme grupo de institutos e de empresas que, inexplicavelmente, se mantêm a usufruir das benesses constituindo um encargo que não é admissível sustentar.

Temos, portanto, que pôr de parte eventuais precauções e clamar que não nos encontramos satisfeitos com o ritmo das acções que este Executivo está a levar.

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