segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CHORAR NÃO É SOLUÇÃO



BEM SABEM OS LEITORES do meu blogue que, enquanto este político se encontrava no poder, não lhe perdoei os erros que, segundo o meu entender, cometeu e fui grande crítico das posições que tomava, tanto fisica como politicamente. Havia que marcar posição através do meio que a Democracia proporcionava e continua a proporcionar, ou seja a de deixar expresso pela escrita os pontos de vista que se situavam do lado adverso daquilo que foi a sua actuação como primeiro-ministro.
As eleições legislativas que ocorreram forçou a sua saída e a admissão de um novo grupo partidário – por sinal até dois que se juntaram -, o que ocasionou que o chefe do Executivo que se seguiu passasse a ser outro, tendo Pedro Passos Coelho assumido o lugar que antes esteve ocupado por José Sócrates. E este, perante tal derrota, até se demitiu do lugar que exercia no Partido Socialista, passando a ser um cidadão comum que, como veio anunciado, entendeu que iria estudar filosofia, escolhendo uma universidade estrangeira para cumprir o seu desejo.
Ora, a partir desse momento, no que me diz respeito, não deixando de assinalar a culpa que coube a esse português enquanto foi o detentor do cargo importante de chefe de um Governo - e a História assinalará tal período com as boas medidas e os erros que lhe cabem -, entendi que o importante era prestar toda a atenção ao que os novos detentores do poder iriam executar, não pondo o acento tónico no passado, muito embora fosse daí que resultava a situação aflitiva que incomodava os portugueses. Mas, sendo independentes no julgamento, não é possível não atender ao que antes da condução de José Sócrates foi igualmente mal executado e que, desde aí, a caminhada que foi seguida em Portugal se situa Ana classificação de descabida do que era necessário fazer.
Aparecerem agora descobertas de que o que ocupou o posto durante excessivo tempo para o desejo da maioria dos cidadãos nacionais, salientando-se o facto de que a família de Sócrates detinha “offshores” há para aí três décadas, estando estas localizadas nas ilhas Caimão e Mane Gibraltar, não tendo ainda aparecido as verbas que ali estão depositadas.
Na verdade, possuir um chefe de um Executivo de um País que se encontra a lutar contra as maiores dificuldades depósitos monetários em locais escondidos no exterior não se pode considerar como sendo uma posição digna de elogio. Antes pelo contrário. Mas, não se tratando de dinheiro extraído ilegalmente do Estado, o mau gesto só merece indignação e não apontamento de ordem criminal. Se já havia aversão ao político que desempenhou as funções importantes que lhe calharam, ao tomar-se conhecimento deste pormenor maiores razões de queixa têm de existir. Mas como, seguramente, não voltará Sócrates a apresentar-se em eventuais eleições que tiverem efeito, fica posta de parte a eventualidade de voltarem a ser apontadas armas para esse alvo que surgisse. Logo, assunto arrumado.
O que é necessário nesta altura é de dedicarmos toda a nossa atenção em relação aos políticos que se sentaram nas cadeiras do comando, desde o principal e até os outros que têm responsabilidades que não podem nem devem ser escamoteadas, pois que as dificuldades continuam presentes e não se pode admitir nem desculpar que, em vez de usarem de toda a sua competência em retirar Portugal do caos em que se encontra, percam tempo com acusações de atitudes tomadas no passado e que, por mais complicadas tornem as resoluções que têm de ser tomadas, constituem somente História, a qual se situa apenas na área dos que se dedicam a contar o que se passou noutros tempos.
Sendo absolutamente necessário cortar, ente 201 e 2013, 8 mil milhões de euros da despesa pública – que, por sinal, até é o dobro do que a troyka exigiu -, anunciando o Executivo que tem de aumentar, em idêntico período, ainda mais os impostos em mais mil milhões de euros, torna-se evidente que vai ser muito difícil gerir as finanças do Estado e que, agora mais do que nunca, teremos todos nós, cidadãos portugueses, que estar bem atentos aos passos que forem dados, não deixando margem para outros erros que se somariam aos que foram praticados durante o período socratiano.
A mão de ferro não pode ser aliviada, por mais que surjam reclamações e que os detentores de voz nos sectores sindicais, sejam eles de Esquerda ou de extrema Esquerda (e, obviamente, também os que se situam na Direita), todos eles têm de procurar que as greves e as manifestações de rua possam evitar-se, dado que não essas atitudes que podem interferir no caminho de boa governação que Portugal necessita.
Eu, por mim, já não me encontrando numa idade que aspire a assistir ao desenrolar da situação que o nosso País irá enfrentar, pois que calhou a todos os da minha geração sofrer as consequências da Guerra Mundial, o período apertado do salazarismo e depois o que se seguiu à Revolução de Abril, tendo agora sobre as costas a crise que nos coloca de novo num período de sacrifício não nos podemos considerar como sendo os mais felizes do mundo.
Só que chorar não resolve nada!...

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