sábado, 27 de agosto de 2011

PUBLICIDADE NA TELEVISÃO



JÁ ME REFERI A ESTE TEMA, mas a repulsa que sinto permanentemente pela exibição de uma publicidade televisiva que, em lugar de propagandear marcas e produtos, o que faz é afastar os televidentes das propostas que são feitas, essa não atracção pelo recomendado faz-me pensar como é possível que empresas que entregam e pagam a publicitários o que desejam tornar conhecido não sejam capazes de reagir a um tão visível mau trabalho que, por sinal, cada vez mais se depara nos écrans televisivos.
Não tenho nenhum receio de apontar, como exemplo, os anúncios em que interferem os denominados “Gatos Fedorentos” e em que é necessária uma grande paciência para acompanhar cada exibição para, chegando ao fim, não se ficar com a incerteza sobre que produto propagandeiam. Mas não só esses, porque outros se colocam na mesma classificação, isto o é, de serem longos e maçadores e não dando preferência a mostrar o fim para que se encontram a fazer aquele papel, ou seja, o de anunciarem uma marca, um produto, algo que deve ser mostrado abertamente, sem hesitações nem complexos, ainda que tenham a interpretação própria dos que são convidados a fazer esse papel. É o caso de um anúncio, em que aparece uma espécie de cantor, a lançar numa voz pouco apetecível, parece que de um seguro, com a designação de LOGO… e que, até pela sua repetição enjoativa, só faz com que os eventuais interessados não sigam a recomendação. Pelo menos é o que se passa comigo e acredito que não seja o único.
Que me perdoem as marcas que são aqui focadas, já que poderia facilmente enumerar uma série delas, mas o que pretendo é chamar a atenção das empresas, as que anunciam e as que servem de veículo, para regressarem alguma coisa aos métodos que se seguiam, em épocas passadas e em que, na altura em que uma marca se propunha ser anunciada, à volta de uma mesa se juntavam pessoas de reconhecido empenho em criar temas inéditos e de boa aceitação junto do público e, às vezes, em noites inteiras até aparecer uma proposta aplaudida por todos que lá acabava por saltar aquilo que depois era fixado na vista e nos ouvidos da população. Não vou aqui referir exemplos, pois que muitos são conhecidos de quem me lê agora, mas, no meu caso, em que participei várias vezes nessas reuniões que as agências de publicidade propunham, não posso deixar de me inquietar pela mudança operada no meio que, pelos vistos, não representa uma melhoria na área publicitária.
Claro que aparecem sempre os novatos, ditos revolucionários das tradições, que acusam os antigos de velharia e de ultrapassados. Já estou habituado, mas no meu caso, que sou partidário das inovações e dos avanços onde os mesmos representem melhoria, mas quando essas mudanças representam uma pioria do anterior, não posso ficar calado e sem reacção.
Pelo minha ortografia se vê que não aderi ainda ao que já foi implantado, se bem que não ainda oficialmente. E como o meu computador também necessita de meter um programa com essa evolução – de que eu, pessoalmente, não sou adepto -, até que chegue a data em que será excluída, por força de uma lei, a utilização da que for considerada anterior ortografia, até então e nem tendo a certeza de que ainda escreverei nessa altura, prossigo neste meu caminhar sem me incomodar se me chamam “bota de elástico”, mas com a consciência de que, tal como os ingleses, que não se rebaixaram perante os outros novos países, em relação à existência dos britânicos, deixando cada um “torpedear” a sua língua mas não alterando uma única vírgula do que nasceu nas ilhas situadas na Europa, eu conservo-me seguidor do que estava antes.
No nosso caso, sendo que fomos nós, séculos passados, a espalhar a lusitanidade, por muito mal que o tivéssemos feito (e no meu poema em 10 cantos chamado simplesmente Lusofonia descrevo toda a caminhada da nossa língua), mesmo não tendo sido capazes de seguir o exemplo dos ingleses, que chegaram às terras que outros – e nós, sobretudo – descobriram, para implantar o sua linguagem, que ainda hoje por lá se utiliza, mas o que é certo é que se espalharam pelo mundo e nós ficámos reduzidos a alguns povos que, com o dinamismo que as línguas têm, cada um pratica à sua maneira, sendo o original intocável.
Seja como for, por cá temos de ser exigentes e proteger, o melhor que pudermos e soubermos, o que nos foi deixado pelos ancestrais. Não sendo, porém, as línguas estáticas, as alterações que forem sofrendo devem sujeitar-se apenas ao praticado pelo povo, que é de facto quem introduz os neologismos que se têm de aceitar.
Lembremo-nos, por exemplo, o termo usado na calçada do Combro, que apareceu assim porque a população, como hoje ainda sucede, “comeu” as consoantes do “cúmero”, ou seja do cimo, o que talvez venha a suceder, num futuro não muito longínquo com a palavra “câmara”, que o povo pronuncia “Cambra”, mas isso será admissível e não o exagero de não escrever as chamadas letras mortas, porque elas, em muitos casos, fazem falta, como é o caso de “facto” que, sem o “c” fica a querer dizer uma vestimenta e não se justifica a aproximação com o que os brasileiros dizem e escrevem.
Mas, enfim, manda quem pode e muitas vezes ma

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