quarta-feira, 24 de agosto de 2011

INCOMPETENTES



CLARO QUE O GOVERNO, na sua ânsia de reduzir o mais depressa possível os gastos que lhe pertencem, toma decisões que tornam cada vez mais difícil a vida dos portugueses. E, na área da saúde, são bastante preocupantes as notícias que, todos os dias, chegam ao conhecimento dos habitantes. As comparticipações que têm sido atribuídas aos doentes, essas vão sendo reduzidas cada vez em maior número de medicamentos, sendo importante as recomendações que o Infarmed e agora também o Tribunal de Contas têm vindo a fazer para que os médicos, em lugar de marcas, receite genéricos, tal quase imposição deverá ser seguida por essa classe que, com assiduidade, se deixa conduzir por outros interesses.
Esta situação que, diga-se a verdade, também tinha constituído um abuso por parte dos necessitados de fármacos e em benefício das farmácias que, segundo consta, não pertencem ao número de estabelecimentos que sejam obrigados a fechar as portas, antes pelo contrário beneficiam da situação de desespero em que a população se encontra, no entanto deveria merecer uma cuidadosa atenção dos poderes públicos pois que, sobretudo os idosos, não podem ser deixados nas mãos da crise, antes necessitam de um esforço dos governantes em não os sacrificar mais.
Por outro lado, dizem os jornais que estão a encerrar por dia 100 lojas em Portugal, o que representa uma terrível onda de aumento do desemprego, para além da baixa de impostos que isso representa, deixando os Municípios ainda mais aflitos com a baixa de receita fiscal, o que, no conjunto, cria dúvidas quanto à meta do défice este ano de 2011 e que, na a governação de José Sócrates este se tinha comprometido no Memorando assinado com a troyka de que esse défice seria fixado em 5,9%, o que tudo parece indicar que não será conseguido este ano.
E o que torna ainda mais inquietante quanto a ser possível atingir os melhores resultados no ano que caminha são as notícias que vão assustando, por exemplo de que existem “facturas escondidas” como as que foram agora descobertas e referentes a obras no Jamor, e que se encontram por liquidar, num valor que ultrapassa os 9 milhões de euros, ainda que o então secretário de Estado do Desporto tenha já declarado que desconhecia essa situação. Um caso que faz pensar na ausência de responsabilização por parte dos elementos que, encontrando-se no Executivo, não fizeram o seu trabalho com a eficiência que lhes é exigida.
É por tudo isto que a preocupação no nosso País quanto ao futuro, que se mostra bem negro, ainda aumenta mais quando são os próprios poderes a avisar que o mês de Setembro surgirá com medidas bastante magoarão o já tão sacrificado bolso dos cidadãos. Tudo que acontece no nosso País é verdadeiramente assustador, pelo que não se compreende que existam ainda movimentos que organizem greves e menos ainda se admita que a “geração à rasca” esteja a preparar um regresso às ruas no dia em que for apresentado o Orçamento, como se qualquer dessas manifestações possam alterar ou remediar o ponto a que chegámos e cuja origem vem de trás, talvez mesmo desde que Cavaco Silva foi chefe do Governo nacional. Custa a dizer isto, mas a memória não pode servir apenas para recordar feitos futebolísticos que, apesar de tudo, têm sido conseguidos.
Com todo este panorama vamos pedir ajuda a quem? À Europa? Mas essa também não leva um caminho seguro e anda à espera de que apareça alguém que seja capaz de unir forças e determine a tal unidade, política e económica, que esteve na origem da fundação da então CEE e que, pelas mãos dos homens, chegou até hoje no estado em que se vê.
Pelo menos não somos só nós os incompetentes!...

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