quinta-feira, 18 de agosto de 2011

GOVERNANTES DISTRAIDOS



NÃO HÁ DÚVIDAS de que a situação em que este novo Governo (já começa a não ser assim tão novo como isso) encontrou o País obriga a que sejam tomadas medidas bem dolorosas para os cidadãos, sobretudo devido à imperiosa obrigação de serem cumpridas as decisões tomadas e assinadas com a Troyka e em que intervieram 3 partidos políticos, dois no Governo e um na Oposição.
Mas a pergunta que se tem de fazer é se não haverá forma de atenuar um pouco as medidas mais custosas de suportar, e neste aspecto até se pode dar alguma razão aos partidos da Esquerda que defendem a tese das conversações para aliviar alguma coisa o pesado fardo dos impostos que surgem agora de rompante.
O aumento de 6 para 23 por cento do IVA em muitas áreas mas, sobretudo, nas contas do gás e da electricidade, a partir de Outubro próximo, este tão grande pulo nas facturas que caem às famílias que, já nesta altura, se defrontam com o peso que têm de liquidar mensalmente, e em que as pequenas pensões dos reformados não conseguem aguentar tamanho rombo nas suas economias reduzidas, essa medida que é imposta pelos governantes que temos agora talvez pudesse ser mais reduzido, sobretudo se os cortes nas despesas do Estado, que demoram em ser reduzidos e onde já ainda há muito para eliminar, tivessem já sido produzidos e assiste-se a uma demora excessiva em serem tomadas as me4didas essenciais e urgentes.
Já aqui me referi – e não foi a primeira vez – à diminuição drástica dos automóveis, os de luxo e os outros, que se encontram à disposição de alguns ditos “servidores” do Estado e, consequentemente, também à redução dos motoristas que passam os dias sentados nas viaturas a aguardar que “Suas Excelências” se dignem descer dos seus aposentos para se dirigirem para casa…
Mas o que nos deixa boquiabertos é que não se vislumbra um único sinal que mostra ser essa a intenção dos governantes, já que existe um secretário de Estado que salutarmente continua a utilizar a sua “Vespa” pessoal.
E o rombo que vão levar os poucos dinheiros dos portugueses com o IRS do próximo ano, onde não serão levados em conta gastos com a saúde, pelo que não serão descontados nas contas finais os valores que essa área necessita, até com as deslocações de ambulâncias, o que leva a que sejam, dispensados muitos bombeiros, sobretudo da província, que tinham a sua existência garantida com a utilização desses serviços.
É evidente que a preocupação com os já 675 mil desempregados que constam dos registos oficiais não deixarão grande margem de sossego aos que têm o encargo de governar Portugal, mas quando se lê na Imprensa que o presidente da Carris, de nome José Silva Rodrigues, recebe um salário bruto mensal de 5.900 euros e que ainda se queixa de que é baixo (veja-se a “Visão” desta semana), só se pode fazer a pergunta aos nossos homens do Executivo se andam a dormir na forma ou se não têm vergonha de deixar que estas situações se passem no nosso País.
Na verdade, mudam as forças de comando, sai um Governo e entra outro, mas a população não pode mais senão deitar as mãos à cabeça e soluçar em silêncio. A pobreza, especialmente a envergonhada, grassa de Norte a Sul. Só nos resta temer que não surja um dia destes uma avalancha de protestantes que dêem mostras da sua revolta tal como se assistiu ao que se passou em Londres.
Será bom que não confiem em demasia nos tais “bons costumes” portugueses!”…

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