segunda-feira, 15 de agosto de 2011

GASTOS PARA ANULAR

TENHO EVITADO EXPRESSAR A MINHA OPINIÃO no que respeita aos indivíduos que, no decorrer das suas vidas, acabam por chegar a lugares de comando no Estado e que me fazem crer que, ao atingirem tais posições perdem completamente as aptidões para enfrentar os problemas que, antes de se situarem nesses postos, tinham ideias concretas para dar os passos necessários. Não sei se se trata de alguma precaução quanto a estarem precavidos para evitar críticas que não estarão preparados para suportar ou se será por já se encontrarem aninhados e, nessas condições, o único que os preocupa é manterem os lugares a todo o custo, pelo que evitam chamuscar relações que lhe poderão ser úteis num futuro.
Seja pelo que for, agora que se encontra na chefia do Governo um Passos Coelho que, há bem pouco tempo, dava ideia de vir a ser um responsável que não viraria a cara a qualquer dificuldade, especialmente por ter assistido ao desastre que foi o comando do seu antecessor Sócrates, o que certamente estaria no pensamento de muitos portugueses é que o seu mandato seria conduzido no sentido de economizar o mais possível os gastos do Estado, de encaminhar o País para a produção necessária para evitar as importações e abrir portas à exportação, ao mesmo tempo que tudo isso e muito mais seria feito para diminuir substancialmente o desemprego, pois eram e são estes os pontos que mais importa atacar se queremos, de facto, vencer a crise em que nos colocaram e para que nós contribuímos, só que, perante o que se verifica, não têm sido dados os passos que poderão ser considerados de valor bastante para se sair tão rápido quanto possível do buraco em que estamos metidos.
Faço esta afirmação porque não posso deixar de estranhar que, no espaço de tempo que já decorreu desde a tomada de posse e até hoje, se bem que tenha de reconhecer que não pode ser perdida a noção de responsabilidade que envolve as funções de primeiro-ministro, mas como em tempo de guerra não se limpam armas, mais vale pecar por ligeireza do que por lentidão e é nesse capítulo que me revolta a expectativa em que nos encontramos todos os portugueses, pois bastante mais e melhor do que saiu das decisões governamentais deveria ter sido mostrado e executado.
Quando se anuncia que não há dinheiro na P.S.P. e na G.N.R. pagar para combustíveis e até fazer face a despesas e4ssenciais em ambas as instituições, quando todos os dias se aguarda mais um fracasso financeiro para suportar este e aquele sector governativo, para não falar nos municípios que só têm dívidas que vão crescendo e não existe maneira de solucionar, perante todo este panorama enegrecido e sabendo-se que a frota de viaturas que se encontra ao serviço dos vários organismos públicos é de uma dimensão exagerada que não é compreensível e que, por isso, os gastos com combustível já são suportados com enorme dificuldade, para não falar no número grande de motoristas que se encontram exclusivamente ao serviço de figuras públicas, tudo isso que já foi referido no meu blogue e até antes, na minha coluna do Diário de Notícias, não se tendo verificado a mínima alteração no referido sector, venho com insistência repetir aquilo que eu faria se me coubesse zelar pelas despesas do Estado e que é a criação de uma repartição dedicada exclusivamente ao controlo do movimento das viaturas estatais, em que apenas os ministros e secretários de Estado teriam direito a viatura e a motorista designado, pois todos os outros cargos teriam que solicitar à repartição criada para o efeito em que lhes seria facultado um carro e o condutor que estivesse disponível. Imagine-se o que representaria de poupança esta restrição do facilitismo que ainda se verifica de muita gente ter carro à porta, com motorista às ordens, que transporta de casa para o trabalho e vice versa, o que representa umas dezenas de milhar de automóveis de que dispõem funcionários públicos desde directores-gerais.
Não ponho mais na carta. Este assunto já foi tratado por mim, neste blogue e não só, mas os que mandam, incluindo o primeiro-ministro, disfarçam e lá se mantêm com as mordomias que não coincidem com os encargos fiscais de toda a ordem que o povo português tem de suportar.

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