sexta-feira, 8 de julho de 2011

ZEZINHA





A MORTE DE MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTO provocou uma verdadeira impressão a muita gente. Ainda que não fosse uma figura pública daquelas que entrava pelas nossas casas todos os dias, mesmo assim o aspecto simpático e não impositivo que demonstrava, bem como as suas actuações em diferentes áreas que não correspondiam ao que é tão usual de personalidades que se nota estarem sempre à procura de colocações para darem mostras da sua importância, tudo isso ocasionava uma acolhida por parte de todos os participantes na área da política que, após a sua ida se reflectiu na opiniões recolhidas na televisão de variadas pessoas dos mais diversos quadrantes políticos.
Eu tive ocasião de constatar da sua abertura a todos os quadrantes ideológicos quando ela exerceu um papel na Câmara Municipal de Lisboa, e lançou uma ideia de criar uma ambiente lisboeta em vários bairros da capital e nessa altura, tendo eu uma coluna semanal no “Diário de Notícias” com o título “Esta Lisboa que eu amo” e tendo mostrado interesse em trocar impressões comigo sobre o assunto, por esse motivo estivemos a discutir um plano que, infelizmente, depois não foi avante.
Notei nela uma indecisão relativa à linha política que lhe agradaria mais, evidentemente do sector da direita, mas nem o CDS nem o PSD parecia convencê-la muito do caminho a seguir. Daí o não ter dado mostras de uma tendência para a independência partidária, como foi aliás o que escolheu em dada altura da sua caminhada política.
Face às partidas deste mundo que se têm verificado por cá ultimamente, eu chego a pensar se não será até um benefício para algumas personalidade não terem de assistir à derrocada que vai acontecer a Portugal, posto que as circunstância que se avolumam não criam as esperanças que, mesmo os mais optimistas, desejam manter. Vai-se assistir, digo eu, a um período dos mais tristes do nosso País. E esse espectáculo dramático não pode ser desejado por ninguém e, aqueles que têm condições para antever o drama que se aproxima já estão hoje a sofrer por antecipação, não desejando nada que o momento ainda os apanhe de mãos e pés atados sem poder interferir na mudança do panorama.
Maria José Nogueira Pinto, ainda que pensando ideologicamente de forma diferente da minha, era uma portuguesa que bem se desejava que houvesse muitas. Mas não ficou para participar na luta que vai ser travada e de que não se sabe qual o resultado final.

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