segunda-feira, 18 de julho de 2011

TEMOS POUCO TEMPO!...



EM TEMPOS NORMAIS, aquilo que o Governo actual já fez no pequeno período do seu exercício poderia ser considerado até como uma excepção do que sucedeu antes, mas face ao estado deplorável em que nos encontramos não hesito em afirmar que, dado existir uma certeza quase assegurada de que o resultado das eleições seria proporcionar a oportunidade de o PSD substituir o PS, ainda que com a ajuda de outro partido, no caso o CDS, pois tudo indicava vir a ser esse o que a maioria dos portugueses desejava, e isso contribui para que, nesta altura, as esperanças de muitos dos nossos compatriotas se encontrem reforçadas, mas, até por tal motivo, as margens de desculpas que possam vir a ser apresentadas pelos eventuais erros que os membros do Governo pratiquem, essas escusas não deverão ser aceites precisamente porque o nosso povo se encontra num período em que as exigências feitas aos que possuem o Poder atingiram um nível verdadeiramente elevado.
E, mesmo que Passos Coelho tenha declarado no período eleitoral que não se iria referir às más atitudes tomadas anteriormente pelo Executivo de Sócrates, procedimento esse que tem de ser aplaudido, há que ter a consciência de que o que verdadeiramente interessa é o caminho a fazer e não o que ocorreu antes, pois a própria História se encarregará de fazê-lo, apesar de tal declaração não pode ser escondida a surpresa de ter assistido ao que se chama de “desvio” de dois mil milhões e 300 mil euros, o que é considerado como tratando-se de uma falta ao que foi declarado e isso não será de bom augúrio.
Ora bem, com a quantidade enorme de medidas a tomar e que o País aguarda, não é justo perder tempo com acções que, mesmo que acolhidas com agrado, não fazem parte da lista de urgências e de opções que devem ser colocadas na cabeça da fila.
Na área da Educação, por exemplo, se é urgente encontrar soluções para acabar com os confrontos que têm existido entre a Fenprof e o Ministério da Educação, a pergunta que deixo neste meu blogue é se não deveria ter sido já tomada uma decisão no que se refere à mudança, todos os anos, dos livros escolares que, nos tempos antigos, permaneciam, dando ocasião a que irmãos na mesma família e, com idades diferentes, aproveitassem os compêndios já utilizados, não obrigando os pais a gastar somas que lhes fazem falta e a deitar para o lixo o que tinham adquirido no ano anterior. Eu sirvo de testemunha, pois tive de utilizar a livralhada da minha irmã mais velha, que, por sinal, deixava muito mal tratados, obrigando-me à tarefa de colar as folhas soltas e de restaurar grande parte do que lhe tinha servido de elementos de estudo.
Se se trata de proteger as editoras de livros escolares, isto é, se a razão da repetição de tal biblioteca escolar permite que se editem as mesmas matérias em anos seguidos e com autores diferentes, mas para dar ganhos a uma pequena quantidade de beneficiados faz sofrer uma multidão de cidadãos, a maioria dos quais g ente com fracos recursos e que efectuam um enorme esforço para suportar os gastos de cada família. Aí está, pois, um assunto que deveria figurar nas prioridades de um Executivo que surge com ar de que quer agradar à população.
E, já agora, acrescento outro assunto que, no meu entender, poderia figurar no role de atitudes que um Governo, recheado de gente com boa imaginação, bem poderia apresentar, logo no início dos seus projectos de actuar e o qual não traria quaisquer encargos para o Estado. Refiro-me aos horários a estabelecer para todo o comércio de porta aberta, pois que se os feriados e as “pontes” figuram na relação de acções a seguir para que termine o excesso de dias em que nada se produz em Portugal, o que, no meu julgamento, contribuiria para o mesmo efeito e teria a vantagem de criar mais empregos. Trata-se de não restringir os dias e horas em que o referido comércio em geral poderia ter as suas portas abertas, e não só no que se refere aos grandes espaços, mas atingindo todo o tipo de estabelecimentos fossem quais fossem as áreas a que se dedicassem. Que os grandes supermercados e congéneres podem já efectuar o seu comércio aos domingos e feriados, mas é pouco. O que se impunha, especialmente nesta época de crise, era que não se interferisse nos horários de actuação não só desses mas de tudo que representasse porta aberta aos clientes. Isso, evidentemente, havendo uma fiscalização rigorosa para que os empregados não sofressem do abuso de “patrões” que se aproveitassem de tal liberdade e não admitissem mais pessoal para ocupar as horas de actuação. E tudo isso enquanto, por outro lado, as instituições oficiais 1ue regulam a actividade comercial, especialmente as Câmaras Municipais que andam sempre à caça de receitas por tudo e por nada, abrissem francamente as suas ideias, diminuindo o mais possível os entraves que gostam de criar, burocratizando especulativamente tudo o que consideram de licenças. É sabido que tais sectores locais da governação actuam mais rigorosamente no que respeita a autorizar do que o contrário. O que leva a que o desconsolo e as desistências de bastante investidores que poderiam aumentar os seus negócios – com o aumento de postos de trabalho – surjam em primeiro lugar e, no caso de serem estrangeiros, deixarem Portugal à busca de outro País identificado com as facilidades.
Volto a este Governo que temos agora. Há que ter a compreensão suficiente para que apareçam rapidamente novas atitudes que contribuam para que sejamos mais produtivos e em que os ingressos de dinheiro sejam facilitados, tudo para que a economia do nosso País se equilibre com urgência. E a participação que se pede aos contribuintes, essa virá mais depressa se se puder contar com a compreensão dos que se encontram por detrás das secretárias e tratam os contribuintes com completo desconhecimento das realidades nacionais.

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