terça-feira, 19 de julho de 2011

PORTUGUESES SOMOS!...




OS COMBUSTÍVEIS voltaram a subir, coisa que já se tornou habitual, posto que existe sempre a justificação de que a origem de tais alterações para mais caro da gasolina e do gasóleo tem origem nos países que são os detentores das explorações de tais bens de consumo.
Dentro do novo estilo que se espera do Executivo que tomou posse recentemente, seria de esperar que alguma explicação fosse transmitida aos milhões de portugueses que são forçados a utilizar tais produtos, sendo que, em muitos casos, a subida progressiva dos dois artigos têm influência alargada, directa ou indirectamente, nos preços que são atribuídas a artigos que se destinam â exportação.
Faço este reparo porque pratico o exercício de me colocar frequentemente no papel de governante português e de, na circunstância actual da nossa presença no palco mundial, se necessitar de dar mostras, tanto lá fora como sobretudo perante a massa de eleitores nacionais, de que não se pode encontrar qualquer paralelismo, entre o que ocorre actualmente e o que se passou na época em que o que é agora estudante de filosofia no estrangeiro, implantou no reinado que aguentou muito para além do que seria conveniente, pois o ambiente populacional que se suportava não escondia que existia o desejo de apurar em eleições quem poderia substituir quem g governava.
Devo confessar que não estou completamente seguro de que os elementos que compõem o actual Governo se recordem como o precedente exerceu as suas funções e, especialmente o primeiro-ministro, faça questão em não perder tempo em dar mostras de actuações que se distanciem quilómetros do que tanto foi criticado na época. Bem sei que a minha posição de permanente atenção ao que respeita a tudo que, na política e, naturalmente na economia, possa constituir avanços tão necessários naquilo que se impõe para podermos sair, o mais rápido possível, da situação do fundo do poço em que nos situamos. E, ao contrário de uns tantos comentadores a que as televisões chamam de “politólogos”, eu não alinho na classe de esperançosos que, mesmo nos piores momentos, sempre lançam sinais de optimismo, sobretudo com afirmações do tipo de que “o nosso País tem uma História que dá mostras e que conseguimos sair das mais enrascadas situações”.
A minha opinião baseia-se mais nos avisos que têm de ser feitos de que não devemos descansar da luta que nos cabe enfrentar, englobando todos os cidadãos na tarefa de contribuir, com o que cabe a cada um, para que, juntando forças e estando atentos ao que os homens do poder dizem e fazem, não nos alhearmos nunca daquilo que consideramos essencial para uma perfeita actuação governamental. Por exemplo, esta preocupação que tem vindo a captar a atenção de muitos políticos e também de comentadores, sendo que a grande maioria dos portugueses não fazem a mais pequena ideia do que é isso das “agências de rating”, pois tal bicho-de-sete-cabeças deveria ser encarado face à sua real importância, que não é assim do tamanho que se lhe atribui, esperando-se que ao Ministro das Finanças lhe caiba a obrigação de esclarecer os cidadãos e, com o apoio de outro ou outros membros da comunidade europeia, a Espanha, desde logo, fazer chegar ao exterior uma tomada de posição para que seja criada uma dessas agências no espaço do nosso Continente.
Pois é esta a minha posição. Não sou um pessimista doentio, como os que pensam de outra forma costumam chamar aos mais realistas. Não me deixo dominar pelo desgosto que manifesto em não assistir a medidas concretas e úteis para que caminhemos para o afastamento da criminosa crise que nos invadiu.
Não escondo: já não sustento esperanças de que, em vida, ainda consiga assistir a uma mudança fulcral do que é o meu País. Não basta mudar de Governo. É que se torna fundamental modificar o comportamento dos portugueses, sejam eles políticos ou cidadãos comuns. E o que somos está entranhado desde há muito tempo, vindo já de antes de sermos uma Nação.

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