sexta-feira, 22 de julho de 2011

MAIS VALE TARDE DO QUE NUNCA!...



A REUNIÃO QUE OCORREU em Bruxelas, da denominada Cimeira da Europa, e em que as notícias saídas ontem animaram bastante os países europeus mais devedores, com a Grécia à cabeça, e em que os juros que estão estabelecidos com diferenças para o número de anos que durarem as diversas dívidas ficaram reduzidos, acrescentando-se ainda o período máximo que se estabeleceu para efeitos de pagamentos dos montantes que estão negociados, essa oferta de condições que foi resultante do referido encontro havido entre os múltiplos participantes da Europa comunitária, naturalmente representa um lufada de esperança que agradou a vários dos que fazem parte do grupo de Estados endividados e entre os quais se conta o nosso Portugal. Isto quer dizer que a Comunidade Europeia deu agora um ar da sua graça, pois que a opinião generalizada e até neste blogue isso foi referido, a união que se tem aguardado durante os anos da vivência tem de ser, finalmente, reconhecida, e aguarda-se que, com este exemplo, se alterem os comportamentos de alguns dos líderes políticos que fazem parte do conjunto de nações comprometidas com as regras (se bem que nem todas, a utilização do euro, por exemplo) e que, nos momentos mais difíceis é que têm de ser postas em prática as medidas que defendam os mais débeis de ser absorvidos pela crise actual e por outras que possam ainda surgir.
Isto, de uma forma geral, e sem ir muito a fundo na compreensão da medida em causa, é o que se pode extrair, em resumo, do acordo assinado em Bruxelas, pois que sendo a intenção primária o prestar uma ajuda substancial à Grécia (com mais de 340 mil milhões de dívida externa), o que ocasionou também foi que os 17 países das zona euro (Eurozona), sobretudo os que se encontram sob assistência financeira, abrissem uma janela de perspectivas, isso se se comprometerem a cumprir os planos de reformas que, face ao acordo assinado, representam um alargamento dos prazos de pagamento, entre mais de sete e meio anos para uns tantos casos e 30 anos para outros, sendo que as taxas de juros também passarão a rondar os 3,5%.
Afinal, digam lá o que disserem os mais pessimistas no que diz respeito ao nosso Continente, a Senhora Merkel não está contra o bem estar e a paz que são necessários na Europa e que, se outras medidas igualmente imprescindíveis não forem recusadas ou atiradas para distante (visto que é a situação do que se passa neste grupo de países não permite esperas).
No que a Portugal diz respeito, a decisão já tomada pelo Governo de efectuar aumentos substanciais no já tão elevado custo de vida que por cá suportamos, e em que muitas áreas que não podem deixar de ser utilizadas por todo o tipo de cidadãos nacionais vão constituir motivo para uma subida da austeridade portuguesa, essa atitude, que não tem a ver directamente com as dívidas que se foram acumulando nos últimos anos, mas sim com o comportamento que por cá se viveu de querermos dar ares de ricos, fechando os olhos a uma crise que avançava a passos largos e que os múltiplos governantes, em vez de encararem a situação e de serem os primeiros a dar o exemplo, em vez disso, gastaram barbaramente, ao ponto de duplicarem auto-estradas, entre tantas outras atitudes que os deveria colocar em prisão preventiva, não vá dar-se o caso de regressarem um dia aos lugares que ocupavam então.
Em resumo, pois, no que respeita aos contribuintes nacionais a decisão agora tomada pela Comissão Europeia não vem retirar os sacrifícios que terão de ser suportados, por exemplo nos transportes, na luz, na água, nas comunicações, até na educação e de que ninguém pode assegurar que prazo vão ter esses excessos de impostos que aí estão a ser aplicados.
Nós, os que pertencemos à geração que se atravessa, para não referir já os que vieram do sistema político mudado no 25 de Abril, somos os que estamos condenados a toda uma vida de expectativas e de sacrifícios, não crendo em “milagres” que tragam para o nosso País mudanças significativas no bom sentido, e nem sequer podendo crer que os descendentes irão gozar de um bem-estar em que se possa aplicar o ditado de que “mais vale tarde do quer nunca”. ..


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