segunda-feira, 6 de junho de 2011

ABSTENÇÃO



INTERROMPO o interregno que tenho mantido no meu blogue por considerar que não posso guardar só para mim a indignação que sinto perante o comportamento dos portugueses votantes que apresentaram 43% de abstencionismo na votação que ocorreu ontem para as Legislativas. Não posso calar a minha desilusão.
Que o PSD tenha saído vencedor e que, com o CDS atinja a maioria absoluta na Assembleia da República, isso não me espanta nada. Já era de esperar que o resultado com a soma dos dois partidos desse uma maioria absoluta aos dois grupos que se apresentaram para disputar a ocupação do próximo Governo. Mas que, perante a crise que atravessamos, face à necessidade inegável de serem tomadas decisões certas e urgentes para dar cumprimento ao que ficou estabelecido e comprometido com a Troika, se tivesse verificado uma ausência tão significativa de votantes a demonstrar a sua preocupação quanto ao que vai ocorrer daqui para diante, isso é que, pelo menos da minha parte, não era espectável.
Os portugueses, se bem que não me tenham desiludido em relação ao seu comportamento passivo, ultrapassaram o que eu esperava dos meus compatriotas. Nem sei o que será necessário acontecer em Portugal para que se verifique uma reacção construtiva da parte daqueles que já suportam as dificuldades que se apresentam e que têm de estar preparados para enfrentar o pior que ainda está para anunciar.
Mas temos de nos conformar com aquilo que somos e com o que temos. É pena que não sejamos capazes de mostrar uma verdadeira força que nos dê esperança de que vamos, pelos nossos próprios meios, ultrapassar o ambiente pesado que nos envolve. E, nesse particular, oxalá o PSD e o CDS consigam encontrar uma harmonia política que sirva para enfrentar, com sentido de unanimidade, os problemas que temos para resolver. Porque é disso que necessitamos como pão para a boca. Como se impõe que a força do trabalho e o sentido de responsabilidade não se escapem de todos os que têm de dar o seu melhor para que não aumentemos as dificuldades que vão ser muitas para nos libertarmos do poço que temos perante nós.
Vamos a ver como se comporta o novo Governo e o sentido de urgência que não pode perder para que, no curto espaço de tempo que nos é concedido, efectuarmos as nossas obrigações e, entre elas, como é bem sabido, o pagamento das dívidas que nos afogam e que não sabemos bem como poderão ser solucionadas.
E, depois disto, não vejo, por enquanto, razões para manter o meu blogue diário. A menos que a situação seja tão complicada que não me deixe ficar sossegado a observar e a não expandir as minhas opiniões.

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