quarta-feira, 25 de maio de 2011

COITADINHOS...



NÃO SEI SE É HABITUAL o português comum pensar no que sucederá aos políticos, sobretudo aqueles mais visíveis no panorama nacional, na altura em que, por razões de escolha eleitoral são forçados a mudar de funções e se vêem afastados dos benefícios que recebiam antes. Tenho as minhas dúvidas que o Silva, o Lopes, o Joaquim dediquem algum tempo a este tema. Aquilo que grande parte dos homens que surgem a prestar as suas declarações públicas e afirmam com grande ênfase “que os portugueses sabem”, convencendo-se e querendo transmitir aos outros que a população acompanha a par e passo o que dizem e o que fazem, não passa, por um lado, de uma expressão de vaidade e, por outro, de um desconhecimento absoluto daquilo que é o povo que nós somos e da importância que dão ao que ouvem nas discursatas que espalham por todo o sítio.
Seja como for, a impressão que tenho é que, se por uma parte, não se preocupam os nossos compatriotas com o futuro dos que, em certa altura, se encontram no auge da sua actuação. De igual modo não se dão conta das enormes mordomias que passam a auferir quando deixam certos cargos e se dedicam a outras funções. Um exemplo rápido: Vítor Constâncio, que foi governador do Banco de Portugal, nesta altura ganha 25 mil euros mensais, como vice-presidente do Banco Central Europeu, ou seja mais sete mil do que auferia por cá. E por aqui se pode bem imaginar o que sucede e já sucedeu a muitos dos que cometeram tantos erros no nosso País e que, numa escapada esperta mudaram de casa e de sítio onde viviam.
Eu só estou à espera para ver – e oxalá seja rápido – o que vai suceder a José Sócrates na altura em que, por ter sido “despedido” da sua triste figura como primeiro-ministro, será certamente convidado por uma organização importante do estrangeiro para passar ai a exercer a sua actividade. E, se assim for, ainda bem que muda de Terra, pois por cá já não deixa saudades.
Isto digo eu, mas o pior é se nada disto se vai passar e no próximo dia 5 de Junho o resultado das eleições não o porá fora da corrida. É que, em Portugal e com o nosso povo, tudo é possível acontecer. Que o Partido Socialista, que foi o maior implantador da Democracia depois do 25 de Abril, não seja capaz de verificar que a escolha que fez para seu secretário-geral foi o maior erro político que cometeu um grupo que merecia ser orientado por uma cabeça que se aproximasse das que historicamente passaram por aquela Casa e que, nesta altura, teima em manter o seu “coveiro”
Se tudo isso não tivesse implicações directas sobre o caminho que Portugal tem passado e no que respeita ao que o espera, seria um problema apenas de uma parte de membros de uma associação política, mas o pior é que não é nada disso.
E os “coitadinhos” que vão conseguindo “lugarões” longe de Lisboa, esses riem-se e ficam entretanto a aguardar que, um dia mais tarde, regressem com uma posição também invejável.
É preciso enumerar exemplos?

Sem comentários: