quarta-feira, 11 de maio de 2011

ANSIEDADE



POR MUITO QUE SE ANSEIE por uma abertura à nossa aspiração de verem terminadas as fornadas sucessivas de maus agouros que se colocam no nosso caminho como Nação extra perturbada pelos acontecimentos que decorrem e os que estarão ainda para chegar, a realidade é bem diferente e todos os dias encontramos razões para aumentar as preocupações que não nos deixam descansados em relação ao futuro.
Não nos deixam é uma forma de dizer, porque a inconsciência nacional ainda não desapareceu de todo e o que se versifica é que, de uma forma bastante geral, os portugueses ainda não se abriram completamente às perspectivas infelizmente bastante concretizáveis no que respeita ao que vai ser, em muito breve tempo, aquilo com que temos de nos defrontar. Existe a consciência, sobretudo nas donas de casa, que os montantes que despendem nas compras diárias, sobretudo para alimentar a família, são cada vez mais escassos e que já se verifica uma maior cautela nas escolhas dos produtos, mas não é ainda o suficiente para, por exemplo, serem preferidos os produtos de origem nacional, como seja a fruta e os legumes, que será uma maneira de ajudar a nossa produção, mas com a atenção própria de quem está a ser útil ao País.
O caso concreto de que a tal ajuda dos 78 mil milhões de euros que resultaram da passagem por Portugal dos elementos os da Troyka, esse grande montante – ainda que não assegurado que seja suficiente para colocar as nossas financeiras com algum descanso – ainda depende do apoio dos principais partidos que constituem os governos do espaço europeu, pois que se o resultado da obtenção dessas decisões não nos for favorável ficará sem efeito o que saiu do acordo negociado em Lisboa.
Quer dizer, portanto, que, para além do problema que temos para enfrentar no capítulo do que sair das próximas eleições nacionais, o que constitui uma verdadeira preocupação pois não é de excluir um desentendimento entre os vários partidos que aspiram por comandar as operações – vide o frente-a-frente de ontem -, o que se prepara para constituir um enorme problema para quem vier a “vencer” o acto eleitoral é a enorme ausência de meios financeiros para solucionar as obrigações existentes, quer as internas quer as consequentes da dívida externa.
Vai ser um espectáculo digno da actuação de grandes actores o assistir aos seus monólogos, em que se colocam em bicos de pés e irão garantir ser os únicos capazes de solucionar o nosso grave problema, para, logo a seguir, termos todos nós, os espectadores que pagamos os bilhetes, a constatação de que são todos uns mentirosos, prometedores do impossível e apenas desejando sair-se pessoalmente bem do confronto em que se meteram e de que já não podem desistir, sobretudo quando as afirmações que fazem são sempre em nome pessoal, em que o “eu” predomina sobre o “nós”, pelo que a responsabilidade que assumem é ainda mais grave do que se tivessem a humildade de garantir apenas ir fazer o melhor do que forem capazes e não garantirem de que nunca se enganarão, como se isso fosse possível em qualquer ser humano.
Cá estou à espera, mas com uma angústia que nem lhes conto!...

Sem comentários: