domingo, 17 de abril de 2011

MILAGRES


A DESCRENÇA É TANTA, no que respeita à nossa capacidade de sairmos deste estado clamoroso em que nos meteram que já se acredita em “milagres” como única maneira de se solucionar a questão. Até os menos crentes já aceitam essa forma como sendo a única. Numa altura em que até os bancos já encerram as suas portas para cortar gastos, sendo que o número de estabelecimentos a desaparecer dos olhares do público em muita ruas e em diversas cidades, parece que atingirão os 250 balcões os locais onde os clientes podem dirigir-se actualmente, já não provoca admiração nada do que está a acontecer e os estabelecimentos de diferentes actividades que desaparecem da vista, com a indicação no exterior de “vende-se” ou “aluga-se”, isso já é espectáculo triste corrente e aumentará com o tempo que está a passar. E quanto a milagres? Pois um deles já eu referi aqui neste blogue. E que poderia ser o de, no nosso largo espaço de mar que nos envolve, ser descoberto petróleo, isso, claro, se foram dados os passos essenciais para tentar que essa circunstância nos atinja. E, seguramente, não será por iniciativa dos nossos homens da política, que e4sses estão sempre à espera que a sorte lhes caia de qualquer sítio, mas não fazem o menor esforço para que forcemos a sorte. Por isso, ainda que já tenha saído em tempos a notícia de que no mar do Algarve se poderia explorar o gás natural, a verdade é que tudo caiu no mutismo e, até agora, ninguém avançou um passo para concretizar ou desmentir tal notícia. Mas pode ser que um dia destes, talvez por iniciativa vinda de fora, salte esse tão necessário “milagre” de se descobrir, na larga zona que constitui o nosso espaço do Atlântico, que afinal existe aquilo que deu fortuna a outros países, e que transformou radicalmente o modo de vida das populações – se bem, há que dizê-lo, os beneficiados largamente com essa preciosidade não foram os habitantes propriamente ditos, mas sim os governantes, que, quase todos de religião muçulmana, passaram a gozar de luxos inconfessáveis e também condenáveis. Mas isso são os homens, esses que não são capazes de olhar pelo bem estar de todos os outros e só se preocupam com sigo próprios. Mas vamos ao tal “milagre” que Portugal tanto necessita para conseguir libertar-se da situação miserável para que caminha. E é aqui que bate o meu ponto. Pois ao perguntar-me se, com tal ventura, o nosso País mudaria radicalmente de comportamento em todas as esferas, na política, na económica e, sobretudo, na social, tenho dificuldade em encontrar uma resposta segura. Será que os seres humanos que formam a nossa classe política, seriam capazes de, a partir dessa nova atmosfera governativa, passar a ter bom senso e a utilizar os meios largos disponíveis nas soluções mais importantes, ou manteriam a mania de querer arvorar em seres extraterrestres e aumentariam as auto-estradas, umas ao lado das outras, e voltariam às extravagâncias desnecessárias? Até para ser rico, o Homem necessita de ter sempre presente uma boa dose de bom senso. Não olhar apenas para os seus interesses próprios mas ter em conta o bem-estar da comunidade que o rodeia. Não se pode ser feliz com o espectáculo em volta de miséria. Por agora e no que a mim se encontra dentro das minhas possibilidades, apenas posso transmitir aos outros o que faz parte daquilo que considero um “milagre”. Quem me dera que ele fosse realizável e que ele também contribuísse para alterar radicalmente a nossa maneira de ser.

Sem comentários: