sexta-feira, 29 de abril de 2011

FELIZES E INFELIZES



AO TOMAR-SE CONHECIMENTO, e dando como certa a notícia posta a correr de que as relações entre José Sócrates e o ainda ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, não se podem considerar como cordiais, antes pelo contrário, aumentam as preocupações relativamente ao ambiente de entendimento que é absolutamente necessário existir face ao resultado das eleições legislativas que estão marcadas para o próximo dia 5 de Junho. Será necessário engolir muitas cobras vivas para que, caso sejam os três partidos a necessitarem de consenso para obterem a desejada maioria absoluta, sabendo-se que Sócrates é aquela personalidade que não aceita opiniões que não condigam com as suas, o pouco claro seja ainda o comportamento do secretário-geral do PSD em momentos de discutir problemas de interesse nacional e, face ao escondidinho que anda Paulo Portas mas que não é segredo para ninguém que também é um convencido das suas posições que as coloca sempre na sua primeira pessoa, perante este panorama não sei se haverá muitos votantes que, na altura própria de escolher, tenham uma consciência absoluta de que não se enganam na cruz que colocam no boletim respectivo.
Não é um pessimismo permanente que me leva a levantar estas e outras dúvidas no respeitante ao futuro do nosso País, pois o que eu desejaria era preencher este blogue de uma boa dose de perspectivas animadoras e que só tivesse que estar preocupado em relação, na fase actual, à decisão que vai surgir da Finlândia quanto à aceitação da ajuda financeira que necessitamos como de pão para a boca. O que não posso deixar é de estar atento ao que se perfila perante os nossos olhos e, especialmente quanto ao comportamento dos homens responsáveis de Portugal, o manter a má opinião que nunca escondo de que os problemas que se levantam na nossa Terra são, em grande parte, originários do mau comportamento criado cá na nossa casa.
É quase tão difícil acertar nos resultados que saírem dos acordos que sejam formalizados após serem conhecidas as percentagens dos votos à vista, como escolher bem os números do Totomilhões. A menos que se verifique uma mudança radical nas formas como os principais responsáveis pela condução dos partidos políticos, sobretudo os que têm mais probabilidades de se situarem nos três primeiros lugares, serão capazes de tomar, se isso não acontecer o que vai continuar a ser observado pelos portugueses é a um permanente dizer mal uns dos outros e a não serem capazes de pôr de parte vaidades pessoais, interesses partidários e os seus característicos “eus”, pelo que a solução económica, financeira e social - não esqueçamos esta, que é a base, quase sempre das revoluções de que temos os exemplos à vista nos países do Médio Oriente – se agravará ao ponto de tudo poder acontecer.
Seria bom que se começasse a pensar em todas as possibilidades que podem sempre sair dos crises profundas que fazem perder a cabeça ao Zé da rua…
Enquanto por cá ocorrem estas preocupações, um grande número de portugueses estarão agarrados às televisões, aos diversos canais que ocupam os seus espaços com o espectáculo, a deleitar-se com o casamento do príncipe britânico que será um futuro Rei daquela Nação. E as imaginações de muitos seres transportam-se para o acto da cerimónia que bem parece ser extraído de um filme de Hollywood com toda a pompa e circunstâncias. Até é feriado por motivo da importância do acontecimento. E é assim que o mundo funciona. Quando não se possui o que se deseja basta-nos a tentativa da obter a felicidade dos outros, especialmente se se situam a níveis de distância que só os contos de fadas conseguem dar uma ideia.
Compensemos as nossas aflições com as magnitudes dos que as podem ter e mostrar…

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