sexta-feira, 22 de abril de 2011

DESGOSTO



ESTE SISTEMA OPERACIONAL que, tendo relativamente poucos anos, nos proporciona a enorme vantagem de deixar expressos os nossos pontos de vista que, em nosso entender, podem interessar a outros cidadãos que também dêem mostras de alguma propagação em estar ao corrente dos acontecimentos que interferem na vida de todos nós, isto a que se chama de blogue deve ser, no meu entender, exclusivamente destinado a temas que não se situem na intimidade de cada um, posto que, para esse efeito, existem outros meios cuja estreiteza de alcance limita a divulgação do que o Homem considera ser o seu sentimento pessoal.
Digo isto porque, acabado de estar presente no local da cremação da minha Irmã Digna, ainda acarretando o peso do desgosto que pertence ao número daqueles sentimentos que não são transmissíveis aos outros, mesmo que eles também sofram, apesar disso ou talvez para desanuviar um pouco, muito pouco, do que corresponde à angústia que atormenta o ver-se partir alguém que não voltará à nossa presença depois de anos de convívio e de parentesco, entontecido pelo acto que, sendo o mais natural deste mundo, mesmo assim nos deixa revoltados por considerarmos uma injustiça que o período da vida humana não se prolongue, pelo menos para os que queremos muito, até que nós já cá não estejamos para sofrer os efeitos dessa dor, pois ainda que tendo presente essa realidade dura da vivência dei comigo a voltar a olhar para este mundo que me rodeia. Quis, com isso, empurrar para fora do espaço cerebral a mancha do sofrimento familiar e, entregando-me ao tal blogue que, pelo menos para este efeito, tem utilidade, contemplei, mesmo que a custo, o que este País onde estamos nos continua a impor.
Sem entrar em pormenores, basta referir o que já é público do desentendimento que teve lugar entre José Sócrates e Teixeira dos Santos, o que justificará a sua não escolha para a lista de deputados pelo PS, assim como a falta de senso por parte de Passos Coelho em ter convidado Fernando Nobre para “presidente da Assembleia da República” – evidentemente não negastes termos mas com idêntico objectivo -, para lá também de já não se quererem encontrar sem testemunhas os dois líderes dos maiores partidos políticos portugueses.
Há muito mais a lastimar, mas vou deixar essa abordagem para quando me encontrar menos atormentado pelo desgosto íntimo que me atormenta.
Vamos a ver se acalmo um pouco,, já que Portugal se encontra numa permanente revolução de ideias e de comportamentos e esses, infelizmente, não irão desaparecer tão cedo.

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