terça-feira, 19 de abril de 2011

DEPUTADOS



É DE TAMANHA DIMENSÃO o número de erros que se praticam na área da política – e não só – neste nosso País, que seria necessária operar-se uma volta completa no comportamento de todos nós, cidadãos incluídos, para que se tentasse entrar numa linha de chamado boa prática das nossas obrigações, quer os que se limitam a cumprir as determinações estabelecidas pelos mais poderosos quer, sobretudo esses, aqueles que têm o encargo de estudar as acções e procurar pô-las em prática pelos habitantes que, apelando sempre os outros de “eles”, o único que lhes cabe é obedecer, ainda que, valha a verdade, grande parte procura sempre que pode escapar às determinações… evidentemente também, porque existe uma grande quantidade dessas determinações que não têm ponta apor onde se lhes pegue.
Atendemos agora aos deputados que enchem o Parlamento e que, segundo as opiniões de uns tantos, são excessivos em quantidade, atendendo até ao espectáculo que muito dão de entrarem mudos e saírem calados, dado que não se pode dormir nas cadeiras e intervir ao mesmo tempo.
Mas o que é de salientar com alguma ênfase é a forma como são escolhidos os indivíduos que ficam com o encargo de representar determinada região, como se os oriundos de tais terras tivessem sido chamados a participar nessa escolha e, por esse motivo, depositem nos transmissores dos seus interesses para a Assembleia máxima, quando não é nada disso que sucede, pois são os Partidos que, nas suas sedes e obedecendo a critérios que nada têm a ver com a vontade dos cidadãos eles mesmos, pois apenas se tratam de favores e de escolhas que os maiorais dos grupos políticos tratam de fazer prevalecer, sabe-se lá por que razões, mas é sabido que resultam de pagamentos de outros favores que tenham sido recebidos.
Daí, que as tais representações podem representar tudo menos essa função de poderem falar em nome de quem não lhes passou a menor preocupação, pelo que lhes falta competência e calor para assumirem esse papel.
Daí que, falando a verdade que é o que mais falta na área política portuguesa, os deputados não ocupam os seus lugares para defender os interesses do público que o poderia ter escolhido, mas sim para obedecer inteiramente aos “patrões” dos partidos, por muito que, no intimo, não estejam de acordo com algumas decisões por eles tomadas. Trata-se de um Democracia a meias, só um poucochinho, o bastante para ir mantendo nos cargos os que se propuseram para se sentarem nos cadeirões do Parlamento, pois que as vantagens em funções e as benesses depois de retirados compensam bem alguma discordância que, no seu íntimo, dê mostras de se querer revelar.
E depois, atitudes como a do deputado do PS que, há já tempos – demoram muito as decisões judiciais, que é outro grande defeito do nosso sistema -, “roubou” o gravador que estava a registar a entrevista que estava a dar ao “Sábado”, essa malfeitoria praticada por Ricardo Rodrigues, só agora é que a Acção Penal decidiu atribuir uma pena de 3 anos de cadeia. Isto é o que saiu na Imprensa, mas todos nós sabemos que tal aplicação não irá nunca ser sofrida pelo próprio, pois o Portugal que termos não é um País como os outros, e tudo se resolve a bem dos mais bem colocados e, TEM DE SE DAR um nome a isto que se passa por cá neste nosso meio dito político que, no mínimo, poderá ser aproveitado um dia para criar um tipo de jogo para entreter a miudagem quando se senta à mesa para passar o tempo.
Então, este do Fernando Nobre não ter pejo em declarar que, se não conseguir, logo após as eleições, ter assegurado o lugar de presidente da Assembleia da República, que renuncia a essa candidatura, pois não se sujeita a primeiro ser deputado e só depois poder ser eventualmente eleito pela totalidade dos membros para o referido cargo, essa disposição de quem andou por aí a propor-se para Chefe do Estado não pode merecer outra designação que não seja uma brincadeira de mau gosto e uma demonstração de uma ignorância absoluta quanto às regras que determinam as chegadas aos cargos.
Mas eu não me fico por aqui. Muitas situações ocorrem em Portugal que dão largas provas de que andam todos os fulanos que se integram na área da política que constituem a demonstração clara e bem triste de que não há vergonha por estes sítios e que nem sequer um mínimo de auto-crítica faz travar imensas atitudes que se tornam públicas.
Esta também de Basílio Horta, um ex-elemento activo do CDS, actualmente a desempenhar funções de presidente de uma empresa pública que deveria Ester a desempenhar um papel da maior relevância para ajudar a aumentar as exportações dos nossos produtos e a convencer muitas empresas, sobretudo industriais, a estabelecerem-se no nosso País (o AICEP), trazendo capitais e conhecimentos que ajudassem a aumentar a produção nacional, essa personalidade que, infelizmente, segundo o ponto de vista que tenho apontado várias vezes neste blogue, não tem desempenhado tais funções com a competência que se impõe, não é que foi convidado pelo PS para substituir o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, como cabeça de lista pelo círculo de Leiria?
Nem vale a pena acrescentar grande coisa a todas estas brincadeiras que se passam em Portugal e que só servem para comprovar que, na verdade, nós não temos capacidade para solucionar os nossos próprios problemas e que terão de ser os de fora que, com cabeça e sem interesses criados para segurar as suas próprias conveniências, poderão pôr alguma ordem nisto tudo. Isto se houver tempo…
De algum tempo, ninguém fala no assunto e tudo acaba no esquecimento, tudo não… porque as decisões do FMI essas não deixarão de ser aplicadas. O que nos esquecemos é do Sócrates…

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