quarta-feira, 27 de abril de 2011

ADIVINHAR OU PREVER?



HÁ BLOGUES QUE ATINGEM um número apreciável de leitores habituais, segundo se sabe pelas estatísticas que vêm publicadas. Outros, ninguém os lê e existem aqueles que merecem o favor de serem seguidos por uns tantos curiosos de saber o que aquele pensa. Estarei nesta categoria, pois cá me vão informando que atingi uma quantidade de seguidores que, não sei se são sempre os mesmos, mas que, pelo menos, me animam a prosseguir. Até ver.
Mas, os tais que são pacientes e me vão seguindo não desconhecem que me trevo com frequência a antecipar acontecimentos que, na altura em que os divulgo, parecem ser excessivamente atrevidos pela pouca crença que provocam.
Na verdade, tal como acontece nas campanhas eleitorais, o que os cidadãos gostam de tomar conhecimento são as promessas, por mais longínquas que possam ser a suas realizações. Todos se lembram dos 150 mil empregos que Sócrates garantiu que iria proporcionar caso fosse eleito o PS na altura em que se propôs para tomar conta do Governo… e sabe-se o que saiu daí! E são inúmeras as descaradas ofertas de benefícios que são lançadas de cada vez que se perfila alguma chamada da população a deitar o seu voto onde melhor convém a quem garante ir ser cumpridor.
No caso deste meu blogue, como não procuro receber as contrapartidas de votos ou de louvores, limito-me a expor aquilo que constituem os meus pontos de vista, por muito que essas antevisões não representem o que os leitores gostariam de ler. Paciência.
Como sabem os meus “habitues” já há bastante tempo que eu preveni que a idade da reforma que, por cá, ainda está fixada nos 65 anos, mais cedo ou mais tarde – e provavelmente será uma das medidas que o FMI e seus parceiros imporão -, passara para os 68, tal como já acontece noutros países da Europa, incluindo a Alemanha. Esperem pela demora!
Por outro lado, esse mês extra do Natal e das férias também já foi objecto do meu aviso de que não iria durar muito tempo e nem precisei de consultar quaisquer astros ou requerer auxílio de bruxarias para antecipar que os portugueses deveriam começar a habituar-se à ideia de que essa benesse estaria em via de extinção, mesmo que seja a substituição de dinheiro por títulos de Tesouro. A ver vamos quanto tempo falta.
E é este o País onde ainda se vive!
Vive? Ou vegeta?
E eu continuo com o meu discurso de sempre: se não modificarmos todos, sobretudo os que têm idade para trabalhar, a nossa disposição em desejar participar no mínimo que seja que possa contribuir para aumentar alguma coisa a fraca produção que é uma característica portuguesa, se não desperdiçarmos as horas de actividade com conversas, telefonemas, saídas à rua a tomar café e a fumar um cigarro, a não respeitar os horários e tudo isso que é a norma, desde que existimos, de passar o tempo e em que, nestas épocas mais recentes, dão as organizações que se afirmam defensoras dos seus interesses o título de “trabalhadores”, se nos convencermos que esta é a forma que justifica a nossa existência, se tudo continuar na mesma, então não valerá a pena incomodarmo-nos. Os últimos que cá ficarem que fechem a porta…

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