terça-feira, 22 de março de 2011

TRISTEZA


POIS É, A CULPA É SEMPRE DOS OUTROS! Esta maneira tão portuguesa de julgar os acontecimentos e de empurrar para alguém as faltas de cumprimento correcto de qualquer coisa que nos atinja, numa altura como esta em que o nosso País se encontra perante mais um dilema que compromete tragicamente o futuro imediato toma foros de grande loucura, pois é de um lado e de outro que se assiste a este tipo de acusações e quem assiste aos dedos espetados dos acusadores, que somos todos nós portugueses, a vontade que tem é a de não continuar a assistir a esse espectáculo desolador e de fugir para horizontes longínquos onde tais cenas de pátio não tenham lugar.
Sendo isso a que se assiste em Portugal sempre que partes antagónicas resolvem discutir em público as suas convictas razões, neste momento concreto em que o Governo, por um lado, defende a sua actuações e acusa as oposições de falta de sentido de Estado – uma das frases feitas que se usam -, do lado antagónico os argumentos utilizados assentam precisamente em pontos de vista que contradizem as afirmações da outra parte.
Não vale a pena entrar aqui em pormenores, por demais conhecidos, do que leva a que a situação política nacional tenha atingido pontos tão baixos e recursos a mentiras que não servem já para justificar as decisões que vão ser tomadas esta semana na Assembleia da República. O que não haverá já ninguém por cá que tenha dúvidas é que não se acabou por chegar a um ponto final na situação tão periclitante em que o nosso País tem vindo a arrastar-se ao longo dos últimos tempos. Resta apenas saber qual a forma como o novo conjunto de governantes será composto e, depois disso, que tipo de actuação terá que se distinga longinquamente da que foi utilizada pelo grupo de José Sócrates.
Deixo na imaginação dos pacientes seguidores deste meu blogue o irem-se entretendo com as suas perspectivas, naturalmente fruto das vontades ideológicas que mantiverem. Posto que, no campo prático, a situação difícil que há que enfrentar não será de molde a trazer-nos uma tão grande felicidade que nos deixe descansados, a nós próprios e aos nossos descendentes.
O filme que nos é colocado para podermos assistir não é propriamente uma comédia. E o drama situa-se na escala dos mais pesados que nos será proporcionado.
Mudarão os actores, é certo, e isso já anima um pouco. Resta saber se as suas representações serão do agrado de quem tem de pagar os bilhetes, ainda que não presencie as cenas de boa vontade.
Vamos lá, pois, para o espectáculo, a chorar até antes de começarem a actuações no palco ou no écran. E já sabemos que esta semana será bastante preenchida de declamações de todos os que estão bem ensaiados para proceder às acusações dos colegas de ofício.
Haja paciência!

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